Para a AJPH, o ministro António Deuna "tem responsabilidades" pela morte do ativista social, Bernardo Catchura, na passada sexta-feira.
Em carta, a que a Lusa teve acesso, a associação pede a Umaro Sissoco Embaló, na qualidade de primeiro magistrado da Nação, que responsabilize todo o Governo e que ordene a exoneração do governante.
"A associação faz fé em como, na qualidade de chefe de Estado, não lhe é estranho o extremo e inquietante quadro dos direitos humanos" na Guiné-Bissau, caracterizado, referiu, por mortes de cidadãos nos hospitais devido à falta de assistência e condições de trabalho.
Para a associação, dirigida por Vladimir Gomes, a falta de oxigénio no hospital Simão Mendes tem sido uma das principais causas de mortes de pacientes naquele centro médico, pelo que o ministro deve ser demitido "por provada incapacidade de dar resposta às necessidades do povo".
Numa outra carta dirigida ao primeiro-ministro, Nuno Nabiam, também a que a Lusa teve acesso, a associação exige a responsabilização do próprio executivo pela situação e ainda reclama a demissão do ministro da Saúde, bem como da direção do hospital Simão Mendes, o principal hospital do país.
Em conferência de imprensa hoje, a direção do Simão Mendes negou que Bernardo Catchura tenha morrido devido à falta de oxigénio, como foi adiantado inicialmente por um amigo, e afirmou que a morte terá ocorrido na sequência de complicações intestinais.
O ativista dirigiu-se ao hospital, mas acabou por recorrer à clínica para receber tratamento, mas morreu ali.
A AJPH endereçou uma carta ao procurador-geral da República, Fernando Gomes, instando o Ministério Público a abrir um inquérito para apurar responsabilidades do corpo médico de Simão Mendes e da clínica onde Bernardo Catchura acabou por falecer.
A associação quer a responsabilização criminal de todos os implicados na morte de Catchura e demais cidadãos.
Um grupo de cidadãos guineenses que tentavam realizar uma vigília diante do ministério da Saúde em Bissau foram obrigados a dispersar, tendo alguns agredidos e detidos, por alguns minutos, pela polícia.
Um elemento da organização da vigília, a que compareceram jovens vestidos com roupa preta e velas acesas nas mãos, disse à Lusa que vão delinear outras formas de reivindicação para exigir que seja feita justiça em memória de Bernardo Catchura, que morreu aos 39 anos.