"É verdade que foi mais lento em certos pontos, mas também existem boas razões para que fosse mais lento", assegurou a chanceler alemã, no momento em que a União Europeia (UE) enfrenta um dilúvio de críticas pelos atrasos na campanha de vacinação iniciada logo após o Natal.
Sublinhou ainda que as negociações com os laboratórios farmacêuticos foram longas e difíceis.
"Lutámos muito tempo", em particular na questão da responsabilidade dos laboratórios no respeito pelos prazos de entrega, insistiu a chanceler cristã-democrata na sequência de uma reunião, hoje, com os dirigentes dos 16 estados regionais, dois comissários europeus e os representantes dos grupos farmacêuticos com quem a UE concluiu acordos de compra de vacinas.
"Compreendo a deceção" da população "porque todo a gente pensava, tendo em conta o volume de encomendas" de vacinas efetuados pelas autoridades, que essas "iriam chegar muito mais depressa", admitiu Merkel.
No entanto, sublinhou que no decurso do primeiro trimestre não será possível aumentar as capacidades de produção dos fabricantes para além do previsto.
Na Alemanha, onde a segunda vaga de contaminações a partir do outono atingiu mais duramente a população face à primeira, as críticas são particularmente virulentas, e em particular dirigidas à presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, que acusam de ter começado a negociar demasiado tarde com os laboratórios.
Numa sequência desta reunião alargada, Merkel também manteve hoje o compromisso de poder disponibilizar a vacina a todos os cidadãos da Alemanha até ao final do verão (final de setembro), apesar dos atrasos no início da campanha de vacinação.
"Todos entendemos a urgência da vacinação para ver o final da pandemia", indicou a líder alemã no final da reunião.
Merkel acrescentou que não é fácil "fazer prognósticos claros" sobre estas entregas, para insistir que os planos atuais permitem antever a possibilidade de vacinar todos os adultos do país (cerca de 73 milhões de pessoas) no período agendado.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.757 pessoas dos 726.321 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.