"Esperamos que ninguém cometa a estupidez de vincular a perspetiva das relações Rússia-UE [ao destino] de um residente de um centro de detenção", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas, pouco dias antes de uma visita do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a Moscovo e enquanto a UE denuncia a repressão ao opositor e seus apoiantes.
"Se [o diplomata europeu] é portador de uma mensagem dura, o nosso ministro [Sergei Lavrov] vai responder com a mesma severidade", vincou.
Borrell exigiu ver Navalny, encarcerado desde dia 17 de janeiro e que regressou de convalescença depois de um envenenamento pelo qual acusa o Kremlin.
Peskov disse que essa questão é para "investigadores e juízes", mas que não sendo Borrel "nem um membro da família, nem um parente, em que base poderia essa visita acontecer?".
Vários países europeus levantaram a possibilidade de novas sanções contra Moscovo, particularmente depois da repressão brutal de manifestações em apoio a Navalny nos últimos dois fins de semana.
Hoje, o opositor russo está em tribunal, acusado de violar um controlo judicial e, por isso, está sujeito a mais dois anos de prisão.
A UE já sancionou altos funcionários russos em ligação com o envenenamento de Navalny.
Vários laboratórios europeus identificaram o veneno como uma substância neurotóxica soviética do tipo Novichok. A Rússia acredita que não existem provas de envenenamento.
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