Para o Hamas, trata-se de um "passo importante", mas a "etapa mais importante é tomar as medidas necessárias para levar os criminosos de guerra sionistas perante os tribunais internacionais e responsabilizá-los pelos crimes que cometeram".
O secretário-geral adjunto da Liga Árabe para a Palestina, Saeed Abu Ali, disse esperar que "esta medida contribua para proteger o povo palestinianodas agressões e violações da ocupação, bem como responsabilizar os autores desses crimes".
O TPI explicou, na sexta-feira, que tinha "decidido por maioria que a jurisdição territorial do tribunal para a situação na Palestina (que é membro desde 2015) se estendia aos territórios ocupados por Israel em 1967", ou seja, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
A decisão pode abrir caminho a uma investigação por crimes de guerra e foi saudada pelo primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammed Shtayyeh, como uma "vitória para a justiça", enquanto o seu homólogo palestiniano, Benjamin Netanyahu, considerou-a a prova de que o TPI é um "órgão político".
O TPI deu assim resposta a um pedido da procuradora-geral deste tribunal, Fatou Bensouda, que quer que seja continuadoum inquérito preliminar de cinco anos, iniciado após a guerra na Faixa de Gaza em 2014.
No final de 2019, Bensouda sugeriu a possibilidade de abrir uma investigação a possíveis crimes de guerra por parte de Israel e do Hamas.
O conflito causou 2.251 mortos do lado palestiniano, na maioria civis, e 74 do lado israelita, sobretudo soldados.
A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch considerou hoje ser "mais que tempo que os autores israelitas e palestinianos das mais graves violações" de direitos sejam levados à justiça.