Na conversa, na sexta-feira, os dois homens "abordaram a segurança regional, a luta contra o terrorismo e a cooperação para impedir os ataques contra o reino" saudita e "defendê-lo", afirmou o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, num comunicado.
"O secretário de Estado sublinhou várias prioridades-chave do novo governo, entre as quais a promoção dos direitos humanos e os esforços para acabar com a guerra no Iémen", adiantou.
O ex-presidente Donald Trump foi acusado pelos seus detratores de ter pouca consideração pelos direitos humanos no seu apoio à liderança saudita.
Quando o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, foi considerado pelo Congresso norte-americano "responsável" pelo assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, Trump reafirmou-lhe o apoio, explicando que a relação com este aliado-chave e as vendas de armas eram mais importantes que quaisquer outras considerações.
Faiçal bin Farhan felicitou o seu homólogo norte-americano pela sua nomeação e afirmou que Riade anseia por trabalhar com Washington para enfrentar os "desafios comuns", indicou a agência noticiosa oficial saudita SPA.
Precisa que a Arábia Saudita está particularmente disposta a cooperar para apoiar "a segurança e a estabilidade na região".
A conversa telefónica ocorreu após o compromisso expresso na quinta-feira pelo presidente norte-americano, Joe Biden, de apoiar os "esforços diplomáticos" no Iémen, onde a Arábia Saudita dirige desde 2015 uma coligação militar que ajuda o governo reconhecido internacionalmente contra os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão.
No seu primeiro discurso sobre política externa, o presidente democrata anunciou igualmente o fim do apoio e das vendas "relevantes" de armas por parte dos Estados Unidos aquela coligação militar.
Sem mencionar o fim do apoio norte-americano à coligação, Riade saudou na sexta-feira o "compromisso" de Biden "a cooperar com o reino para defender a sua soberania" e reafirmou o seu apoio a "uma solução política global" no Iémen, congratulando-se que "os Estados Unidos sublinhem a importância dos esforços diplomáticos".
No mesmo dia Antony Blinken tinha informado o Congresso norte-americano da sua intenção de retirar os rebeldes iemenitas Huthis da lista de grupos considerados terroristas pelos Estados Unidos.
A classificação foi determinada por Trump nos últimos dias do seu mandato e foi criticada por organizações não-governamentais, que denunciaram o agravamento das dificuldades de assistência no terreno.
O Departamento de Estado esclareceu que a medida assenta em razões humanitárias.
"Esta decisão não tem nada a ver com o que pensamos dos Huthis e da sua conduta condenável, que inclui ataques a civis e o rapto de cidadãos norte-americanos", disse.
A Arábia Saudita tem sido nos últimos meses alvo de ataques dos rebeldes iemenitas.
Segundo organizações internacionais, a guerra no Iémen já causou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e a pior crise humanitária do mundo.