Liderada pelos 'Man in black Danemark' [Homens de negro da Dinamarca], um grupo bastante ativo na rede social Facebook que organiza ações de protesto há mais de um mês, os manifestantes concentraram-se frente ao parlamento para defender a "liberdade de escolha", denunciar a "coerção" e a "ditadura" do confinamento anti-covid existente na Dinamarca.
No frio glacial que se fazia sentir, esta ação, que contou com a presença de crianças, visava também protestar contra o apelidado "passaporte corona".
À semelhança de outros países europeus, a Dinamarca irá desenvolver um certificado eletrónico de vacinação contra a covid-19 destinado a viagens e que também poderá ser usado para as pessoas acederem a eventos desportivos, culturais ou até mesmo a restaurantes.
Para os organizadores, a criação deste "passaporte" implica uma obrigação da vacinação o que se traduz numa restrição às liberdades individuais. Na Dinamarca, a vacinação é recomendada, mas não obrigatória.
Utilizando tochas de fumo, os manifestantes, alguns encapuzados, marcharam pelo centro de Copenhaga gritando "Estamos fartos" ou "Liberdade para a Dinamarca" e ergueram um retrato da primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, muito semelhante ao do ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
Apesar do tom radical dos manifestantes, a manifestação, que foi autorizado, decorreu sem incidentes e acompanhada pela polícia.
Há duas semanas, um evento semelhante ficou marcado pela queima de um manequim com a imagem da chefe do Governo. Nessa altura, dois homens foram detidos e processados por ameaças contra Mette Frederiksen.
O governo dinamarquês estendeu as medidas de restrição até 28 de fevereiro, com lojas, bares e restaurantes não essenciais encerrados. As escolas primárias vão reabrir na próxima segunda-feira.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.299.637 mortos resultantes de mais de 105 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.954 pessoas dos 761.906 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.