"Devemos facilitar as viagens daqueles que apresentem uma prova de vacinação e é isso que contamos fazer com Israel (...) mas que está longe em termos de vacinação", indicou em Jerusalém o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, em conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo israelita Benjamin Netanyahu.
O acordo permitirá aos turistas israelitas "visitarem a Grécia sem qualquer limitação, nem quarentena", precisou o primeiro-ministro conservador grego.
Israel iniciou no domingo a saída do seu terceiro confinamento, instaurado em dezembro, sem levantar as restrições sobre os voos internacionais que vão permanecer suspensos até 20 de fevereiro.
O chefe do Governo israelita disse que será emitido um "passaporte verde quando forem abolidas as restrições sobre as viagens".
Pouco após esta declaração comum, os ministros do Turismo dos dois países assinaram o acordo bilateral.
Mitsotakis -- representante de uma das tradicionais "famílias políticas" gregas e cujo pai Konstantinos também foi primeiro-ministro (1990-1993), tendo promovido na ocasião o reforço das relações entre os dois países --, chegou hoje a Israel proveniente de Chipre, acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e do Turismo.
Esta foi a sua segunda visita ao Estado judaico desde o início da crise sanitária.
Na anterior visita, em junho de 2020, tinha afirmado que a Turquia era uma "ameaça a estabilidade" no Mediterrâneo, numa alusão às tensões registadas entre Atenas e Ancara e a reivindicação da Turquia sobre o direito em explorar as jazidas de hidrocarbonetos numa zona marítima que Atenas afirma pertencer-lhe à luz do direito internacional.
A Grécia, que procura multiplicar as parcerias regionais face à Turquia, concluiu em janeiro com Israel um acordo de Defesa que também prevê a criação de uma escola de pilotagem para a Força aérea grega.
"Existe espaço para outros investimentos importantes de empresas israelitas na Grécia", acrescentou Kyriakos Mitsotakis.
Na sequência de um acordo de partilha de dados médicos com o laboratório norte-americano Pfizer, Israel vacinou desde meados de dezembro mais de 3,5 milhões de pessoas (perto de 40% da população), e dos quais dois milhões já receberam a segunda dose. O país recenseou cerca de 696.000 casos de covid-19, e 5.171 mortos.
A Grécia (10,7 milhões de habitantes, perto de 165.000 casos e 6.000 mortes) registou nas últimas semanas um recrudescimento das contaminações.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.