"Esta luta contra o vírus é uma maratona, precisamos de resistência, de energia, [porque] quase todos os dias ouvimos notícias de novas variantes, sobre o quão contagiosas são. Ainda nem temos o enquadramento total quanto à eficácia das vacinas e dos tratamentos nas novas estirpes, mas sabemos que estas variantes vão continuar a surgir e que temos de estar preparados", vincou Ursula von der Leyen.
Falando na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para fazer um ponto de situação relativamente à estratégia da UE sobre a vacinação contra a covid-19 após várias polémicas com as farmacêuticas, a líder do executivo comunitário anunciou que a instituição irá lançar uma "nova agenda de luta contra as novas variantes", para assegurar que o bloco comunitário se "adapta aos novos desafios".
Para Ursula von der Leyen, a UE deve apostar na "sequência das novas mutações e na partilha sistemática e célere dos dados".
"Para derrotarmos o vírus, temos de saber o máximo sobre ele", salientou.
Como a saúde é uma competência nacional, a sequenciação das mutações do SARS-CoV-2 tem vindo a ser feita na UE pelas autoridades sanitárias dos Estados-membros, o que leva a grandes discrepâncias na monitorização de novas estirpes.
As variantes que, de momento, causam maior preocupação aos especialistas são as do Reino Unido, Brasil e África do Sul, dado serem muito mais contagiosas.
Notando que a informação que existe sobre o vírus e as vacinas "pode mudar a cada hora que passa", Ursula von der Leyen disse ainda que será criado um grupo de contacto entre a Comissão e o Parlamento Europeu.
"E farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que possam escrutinar todos os contratos que assinámos porque sei que a confiança precisa de transparência", acrescentou.
A responsável defendeu ainda mais cooperação ao nível da UE, entre Estados-membros e instituições, para "ultrapassar este inverno e pensar no próximo".
"O nosso inimigo comum é o vírus", concluiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção.
Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.