Há uma semana, Jack Sullivan, conselheiro para segurança nacional de Joe Biden, anunciou que Washington estudava "sanções dirigidas" contra militares e entidades controladas pelas Forças Armadas, na sequência do golpe que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi.
Os militares decretaram na segunda-feira a lei marcial em diversos bairros de Rangum, a capital económica, de Mandalay (centro), segunda cidade do país, e em outras regiões do território.
As manifestações e ajuntamentos de mais de cinco pessoas estão proibidas.
No entanto, dezenas de milhares de pessoas desafiaram a proibição de protestos e saíram hoje novamente às ruas para protestar contra o golpe militar, mesmo após a polícia aumentar consideravelmente o uso da força contra os manifestantes.
Testemunhas estimam que dezenas de milhares de manifestantes, se não mais, se concentraram em Rangum e Mandalay, as maiores cidades do país.
Os protestos também aconteceram na capital, Naypyitaw, e em outros lugares do país, ignorando o cumprimento da lei de emergência imposta que proíbe reuniões com mais de cinco pessoas.
Os manifestantes exigem que o poder seja restaurado ao Governo civil da líder Aung San Suu Kyi.
Também exigem a libertação de Aung San Suu Kyi e outros membros do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, que os militares detiveram depois de encerrar a primeira sessão do novo Parlamento em 01 de fevereiro.
Alguns manifestantes em Rangum reuniram-se diante de embaixadas estrangeiras para pedir pressão internacional contra o golpe.
Nenhum incidente importante foi relatado no protesto de hoje em Mandalay. Algumas pessoas nas redes sociais disseram que 82 pessoas foram presas e posteriormente libertadas devido ao trabalho de advogados locais.
A 01 de fevereiro, o exército prendeu a chefe do Governo civil birmanês, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.
Nos dias seguintes, têm ocorrido sucessivos protestos em várias cidades de Myanmar e a tensão nas ruas tem vindo a aumentar. As forças policiais têm recorrido frequentemente a canhões de água para dispersar manifestantes.
A ONU, União Europeia (UE), Estados Unidos, Japão, China, França e Reino Unido foram algumas das vozes internacionais que criticaram de imediato o golpe de Estado promovido pelos militares em Myanmar.
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