Missão na China: "Zona onde se vê fumo não tem de ser onde começou fogo"
A Organização Mundial de Saúde frisou que a missão na China para investigar a origem do coronavírus foi "apenas um primeiro passo" e que ainda "falta muito para compreender a origem" do SARS-CoV-2.
© Getty Images
Mundo Coronavírus
A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a abordar esta sexta-feira a missão que recentemente levou a cabo na China para investigar a origem do coronavírus. Na conferência de imprensa de hoje, além dos responsáveis e especialistas que habitualmente falam, também participou, Peter Ben Embarek, o chefe da equipa científica enviada à China, que mostrou-se “otimista” com os dados e informações recolhidos no terreno.
“Acho que fomos bem sucedidos em muitos sentidos. Temos novos conhecimentos e compreendemos muito melhor o que aconteceu”, afirmou inicialmente, antes de acrescentar que ainda “falta muito para compreender a origem” do SARS-CoV-2.
“Vai ser preciso muito esforço para descobrir que espécie contagiou os seres humanos (…) Mas antes de irmos à China já sabíamos que levaria tempo e que este era apenas um primeiro passo”, sublinhou Peter Ben Embarek.
Mike Ryan, diretor executivo da OMS, respondeu às críticas relativamente à pouca informação revelada pela missão na China. “A única coisa que se pode conseguir na ciência é progredir. Estamos todos muito atentos. Queremos aprender tudo o que seja possível sobre esta doença, mas tenham em conta que levámos anos a compreender o Ébola”, salientou.
De seguida, o responsável da OMS fez uma ressalva à investigação sobre a origem do coronavírus em Wuhan. “A zona onde se vê o fumo não tem de ser a zona onde começou o fogo”, referiu, acrescentando: “A única coisa que se pode fazer é seguir as provas”.
O chefe da equipa científica da OMS enviada à China, Peter Ben Embarek, falou ainda sobre a possibilidade do vírus ter escapado de um laboratório. “O que os laboratórios que visitámos em Wuhan disseram-nos é que nenhum tinha o SARS-CoV-2”, explicou.
“É sempre possível que este vírus estivesse presente em amostras que não tivessem sido analisadas, mas nenhum dos laboratórios com os quais falámos disse que tinha visto este vírus antes. Se o tivessem visto, teria sido objeto de alguma publicação científica. Qualquer investigador que descubra um novo vírus vai publicar sobre isso”, concluiu Embarek.
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