Em comunicado de imprensa, citado pela agência de notícias EFE, Joe Biden reconheceu o trabalho dos sobreviventes da tragédia, que travaram uma campanha para restringir a posse de armas e se tornaram no símbolo para uma geração de jovens americanos que não quer aceitar tiroteios em escolas como algo normal.
"Esta é uma história escrita por jovens de todas as gerações que desafiaram os dogmas vigentes para exigir uma verdade simples: podemos fazer melhor. E faremos", lê-se no comunicado.
Biden, que tomou posse em janeiro, prometeu que seu governo não iria esperar por um hipotético próximo tiroteio para fazer uma proposta ao Congresso, a única instância norte-americana com poder para proceder a uma reforma da legislação sobre armas.
"Hoje, peço ao Congresso que promova reformas de bom senso na lei de armas", declarou o Presidente dos EUA, apelando à aprovação de leis para verificar os antecedentes dos compradores de armas e à proibição de venda de armas que permitam matar um grande número de pessoas sem necessidade de recarregar as balas.
Biden pediu ainda o fim da "imunidade" de que gozam os fabricantes que vendem essas "armas de guerra" nas ruas dos Estados Unidos da América.
Outros presidentes norte-americanos eleitos pelo Partido Democrata tentaram restringir o porte de armas, protegido pela Segunda Emenda da Constituição dos EUA.
O ex-Presidente Barack Obama (2009-2017), quando deixou a presidência, reconheceu que sua maior frustração no cargo foi o fracasso dos seus esforços para aumentar o controlo das armas no país.
Com Obama, este debate atingiu o auge em 2012, após a morte de 12 pessoas no teatro Aurora e o massacre na escola Sandy Hook em Newtown, Connecticut, onde foram assassinadas a tiro 20 crianças e seis mulheres.
Em 2013, após o massacre da escola de Newtown, Obama assinou 23 decretos presidenciais e o Congresso debateu um conjunto de medidas para maior controlo de armas, mas todos os projetos foram bloqueados pelos republicanos.
Com o governo do ex-Presidente Donald Trump (2017-2021) não foi promovida qualquer mudança na legislação de armas, tendo Trump contado com o apoio incondicional da National Rifle Association, que defende o acesso às armas pelos norte-americanos.
Nos Estados Unidos, onde vivem 319 milhões de pessoas, as armas ultrapassam o número de habitantes.
A proporção de armas por 100 pessoas chega a 120, de acordo com um estudo elaborado pelo Instituto de Estudos Internacionais Superiores da Universidade de Genebra (Suíça): "The Small Arms Survey".