Autoridades timorenses já têm quase concluído novo espaço de isolamento

As autoridades de saúde timorenses já têm praticamente concluídos os preparativos para a instalação de mais 100 camas de isolamento para possíveis doentes infetados com covid-19 que estejam assintomáticos ou com sintomas ligeiros, confirmaram fontes do Governo.

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Lusa
15/02/2021 07:38 ‧ 15/02/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

O novo local de quarentena está a ser preparado na zona de Tasi Tolu, a oeste da capital, e será utilizado caso o atual centro de isolamento em Vera Cruz, no centro da cidade, esgote a sua capacidade atual, que é de 50 camas.

"Os preparativos estão a avançar e as instalações estão quase prontas", confirmou à Lusa fonte da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), reativada pelo Governo para acompanhar a situação da covid-19 no país.

A preparação de um novo espaço -- que funcionará de forma totalmente separada do atual espaço de quarentena instalado na mesma zona da cidade -- é necessária, dado o aumento significativo de casos nos últimos dois meses, quase todos de pessoas que atravessaram a fronteira terrestre.

Atualmente há 38 pessoas isoladas em Vera Cruz -- mais uma no enclave de Oecusse-Ambeno -, com o país a registar esta semana os maiores números de sempre de casos ao mesmo tempo desde o início da pandemia.

Vinay Bothra, conselheiro de política de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Díli, explicou à Lusa que a infraestrutura de Tasi Tolu servirá para acolher pessoas em isolamento, desde que não sejam casos graves.

"Há um aumento de casos e há a possibilidade de se ultrapassar as capacidades de Tasi Tolu. Por isso os preparativos para esta nova unidade", explicou.

Apesar de estar em Tasi Tolu, que é também um dos locais de quarentena, Bothra sublinha que as duas instalações "têm que esta totalmente separadas", sem qualquer contacto.

Noutro âmbito, e questionado sobre os preparativos para eventuais casos mais graves, Bothra confirmou à Lusa que o país tem atualmente 59 ventiladores, dos quais 49 adquiridos pelo Governo através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e mais 10 oferecidos pelo Camboja.

Mais de metade já forma instalados no Hospital de Lahane, em Vera Cruz e no Hospital Nacional Guido Valadares e estão prontos a ser usados, caso isso veja a ser necessário.

"Até agora, felizmente, não tivemos casos graves e esperamos que isso se mantenha. Mas caso ocorram, os ventiladores estão prontos", explicou, recordando que o fecho de fronteiras tem dificultado a vinda de material e especialistas para treino.

"Foi igualmente dada formação, através de um especialista trazido pela OMS, e estamos a preparar a vinda de outros especialistas em cuidados críticos para os médicos do país em Díli e nos hospitais municipais", frisou.

Bothra disse que há sistemas previstos para acelerar a aplicação de medidas adicionais caso surjam casos mais graves ou eventuais contágios comunitários, algo que ainda não ocorreu no pais.

O conselheiro da OMS mostrou-se "muito confiante" de que não há contágios comunitários, com base nos dados disponíveis, incluindo resultado de vigilância sentinela conduzida a pessoas que se apresentaram com sintomas que possam ser da covid-19.

"Não foram detetados casos na vigilância sentinela e não temos mortes acima do normal por doenças respiratórias. A vigilância sentinela pode ser melhorada, claro, mas para já não há indicações de que haja essa transmissão comunitária", frisou.

Motivo pelo qual considera que, apesar do aumento de casos, os dados não apontam qualquer necessidade de um confinamento total, como ocorreu no país em março do ano passado.

"Os 'lock-downs' [confinamentos] prolongados têm grandes ramificações em termos económicos e sociais. E essa medida só deve ser usada a partir de um certo ponto", disse.

"Pode haver restrições mais limitadas. Mas a maior preocupação continua a ser a fronteira terrestre e as entradas informais e irregulares, onde é preciso identificar quem entra e rastrear os contactos rapidamente", notou.

A prioridade do país, sublinhou, é agora também acelerar o processo para a vacinação, recordando a experiência de Timor-Leste em programas como a pólio ou outras doenças, que implicaram vacinas em larga escala.

"Os próximos meses, até que as vacinas comecem a rolar, vão ser críticos. Por isso, temos que manter o controlo nas fronteiras, a vigilância e as medidas preventivas", disse ainda.

Desde o inicio da pandemia, Timor-Leste registou 101 casos da covid-19, com o país praticamente desde março do ano passado em estado de emergência (à exceção de um mês), com fortes restrições nas entradas internacionais.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.394.541 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Autoridades timorenses preocupadas com eventuais contágios na fronteira

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