Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, indicou que a medida é "muito importante" e "extraordinária" para que se possa manter a "evolução positiva" da pandemia na Alemanha.
"O Governo alemão tinha de atuar", defendeu, sublinhando que não se trata de um encerramento das fronteiras, mas sim de "um fecho temporário", decisão tomada como "última medida" para evitar a propagação das variantes do novo coronavírus na Alemanha, tal como está a acontecer em países vizinhos.
A Alemanha controla desde domingo as suas fronteras terrestres com os dois países, limitando a livre circulação no espaço Schengen e afectando a atividade económica e as relações políticas.
A Áustria já criticou a medida, considerando que já tinha ficado claro que, na primavera passada, estas medidas não eram sanitariamente eficazes e que trazem "graves repercussões económicas e sociais".
A imprensa alemã indicou hoje que o embaixador da Alemanha em Viena, Ralf Beste, foi chamado domingo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros austríaco, por essas mesmas razões.
Hoje de manhã, a autoestrada que liga diretamente Praga a Dresden (leste da Alemanha) registava longas filas de trânsito junto à fronteira, com várias horas de espera para se conseguir atravessar o posto fronteiriço.
A Câmara de Indústria e Comércio de Dresden já protestou contra a medida de Berlim, não tanto pela demora no controlo na fronteira, mas sobretudo pelo pouco tempo que as empresas tiveram para procurar alternativas.
Um dos setores mais afetados na Alemanha é o do automóvel, com três importantes centros de produção -- Volkswagen, Audi e BMW -- na região. No entanto, nenhum deles, em comunicados separados, indicouter diminuído a produção face ànova situação.
A imprensa alemã também deu hoje destaque à possibilidade de, nos próximos dias, a imposição de controlos fronteiriços se estender também a França, algo que o Governo alemão assegura que, para já, nada disso está previsto.
Já hoje, o Governo dinamarquês decidiu agravar as restrições aplicadas a viajantes procedentes da Alemanha, com o objetivo de travar a propagação de variantes do novo coronavírus identificadas como mais agressivas.
A partir de quarta-feira, os viajantes procedentes da Alemanha só poderão entrar no território dinamarquês através da fronteira localizada no norte do território alemão e mediante um motivo justificado, que poderá estar relacionado com questões familiares, laborais ou de residência em solo dinamarquês.
Para entrar no território dinamarquês, e à luz das novas regras, também será necessário ter um teste PCR (teste molecular) negativo realizado nas 72 horas anteriores à entrada no país.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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