Muitos foram os norte-americanos que acreditaram - ou foram convencidos - nas falsas alegações de fraude eleitoral nos Estados Unidos defendidas pelo antigo presidente, Donald Trump, e pelos seus apoiantes. Fred Eshelman foi uma desses norte-americanos. Mas este doador republicano foi mais longe e deu 2,5 milhões de dólares (cerca de dois milhões de euros) a uma organização conservadora sem fins lucrativos que prometeu expor a alegada fraude.
Segundo o The Washington Post, Eshelman está arrependido da sua decisão, duvida das teorias da conspiração que o motivaram a doar o dinheiro e quer que os milhões que deu lhe sejam devolvidos.
Eshelman não conhecia a organização True the Vote antes das eleições de 3 de novembro do ano passado e pensou “no conjunto de possibilidades em torno da fraude eleitoral” quando decidiu fazer a sua doação.
“Já havia barulho em cidades como Detroit, Milwaukee, Atlanta e Filadélfia. Queria determinar se isto era legítimo. Poderíamos encontrar uma prova que fosse incriminatória?”, recorda o republicano.
O apoio financeiro de Eshelman permitiu à True the Vote interpor vários processos judiciais relativamente à alegada fraude na contabilização dos votos. Mas, tal como aconteceu com a campanha de Trump, os esforços da True the Vote para provar teorias da conspiração foram condenados ao insucesso.
A organização desistiu dos seus processos, o que levou Fred Eshelman a pedir que lhe devolvessem o dinheiro. A True the Vote propôs devolver-lhe um milhão de dólares (825 mil euros) e o doador republicano entrou com dois processos na justiça para reaver a totalidade do dinheiro que doou.
Um desses processos ainda está a decorrer num tribunal do Texas, mas Eshelman ainda não recebeu um único dólar de volta.
O doador republicano ainda acredita que aconteceu algo errado nas eleições que Joe Biden ganhou, mas duvida que tenha sido o suficiente para alterar o seu desfecho.
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