Prevenir e controlar transmissão local é prioridade do Governo timorense

A prevenção e controlo de transmissão local ou comunitária da covid-19 é uma das prioridades do Governo timorense na sua resposta atual à pandemia, especialmente no que se refere às zonas fronteiriças do país, disse hoje um responsável.

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Lusa
18/02/2021 09:03 ‧ 18/02/2021 por Lusa

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Covid-19

"Casos recentes de entradas irregulares positivas mostram que enquanto a fronteira ainda não estiver totalmente controlada há risco de possível contágio. Mas ainda não temos prova disso", disse hoje o coordenador da força-tarefa para a Prevenção e Mitigação da covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), Rui Araújo.

"Como medida preventiva, o Governo avançou com a cerca sanitária nos municípios fronteiriços. Estamos a fazer rastreio de contactos, vigilância sentinela reforçada e testes em massa, especialmente na linha da fronteira, para sabermos se há ou não transmissão comunitária ou local", explicou.

Rui Araújo detalhou hoje aos jornalistas as medidas de resposta ao risco da covid-19 no país, enumerando os objetivos estratégicos e operacionais atuais.

Além de prevenir e controlar a transmissão e garantir isolamento efetivo e tratamento de casos confirmados, o Governo quer ainda "atingir a imunidade comunitária o mais rapidamente possível".

Tal traduz-se, em termos operacionais, em controlar entradas irregulares e ilegais na fronteira, reforçar as capacidades de vigilância epidemiológica e a gestão da quarentena e promover a campanha de vacinação.

Reforçar a capacidade de tratamento se o número de casos aumente, garantir apoio financeiro e logístico "rápido" no terreno e melhorar a coordenação intersetorial são outras das medidas em curso.

A vulnerabilidade e porosidade da fronteira terrestre é assim uma das maiores fraquezas do país, associada ao que a Sala de Situação considera ser capacidades limitadas para tratamentos de muitos casos que possam surgir, e debilidades na coordenação intersetorial na resposta no terreno.

Entre as atuais "ameaças", a Sala de Situação destaca o risco de "transmissão comunitária devido à entrada de clandestinos", a eventual resistência à vacina e os atrasos nos fornecimentos logísticos ao país, devido às limitações nas entradas.

Desde dezembro do ano passado entraram pela fronteira terrestre 380 pessoas regularmente, em abertura pontuais dos postos fronteiriço, e 134 irregularmente.

Desse total, detetaram-se 11,5% de casos positivos entre os regulares (44 pessoas) e 5,9% entre os irregulares (oito pessoas).

O aumento de casos em Timor-Leste, quase todos importados da metade indonésia da ilha coincide com o aumento de casos na província indonésia de Nusa Tenggara Timur (NTT), que inclui Timor Ocidental, uma região que já tem transmissão comunitária.

Entre dezembro e fevereiro, o número de casos da covid-19 em NTT cresceu 279% para quase 7.700 e o número de mortes aumentou 346%, de 45 para 201 mortos.

No caso de Timor-Leste, o país esteve praticamente sem casos desde meados do ano passado, com o país a atingir este mês o maior número de casos ativos ao mesmo tempo desde o início da pandemia.

"A transmissão comunitária na vizinha Indonésia aumenta o risco de contágio clandestino na população da fronteira. Ainda não há evidencia de transmissão comunitária, mas o risco associado a entradas irregulares é muito elevado", sublinhou Araújo.

"Esta é a prova concreta da ameaça. Por isso se decidiu estabelecer a cerca comunitária. Temos casos regulares e irregulares, mas ainda podemos descartar totalmente se dos casos irregulares houve ou não transmissão comunitária ou local", explicou.

A transmissão local define casos de contágio local através de um caso importado, enquanto a transmissão comunitária significa eventuais casos positivos detetados na comunidade que não tenham tido contacto com pessoas que tenham viajado ou que estivessem positivas.

"Se houver casos de transmissão local ou comunitária, isso exigirá um aumento das medidas restritivas. Isso pode incluir restringir ainda mais os movimentos, com confinamento, como no primeiro estado de emergência, restrição nas atividades escolas, mercados e comércio e as cerimónias religiosas", explicou.

"Se não houver casos detetados na vigilância sentinela ou nos testes em massa, do ponto de vista técnico pode levantar-se a cerca, mas a decisão final será sempre do Governo", disse.

Enquanto estiver em vigor equipas militares e policiais montaram postos de controlo nas estradas, permitindo apenas a passagem de equipas de saúde autorizadas, sendo outros movimentos, incluindo transporte de bens, que ser previamente autorizados.

No que se refere à gestão da fronteira, Rui Araújo disse que cabe ao Governo, através do ministro do Interior -- cargo exercido pelo primeiro-ministro, Taur Matan Ruak -, decidir quando se abre.

Ainda assim foi alterada a regra operacional às chegadas por terra nomeadamente no que toca à realização de testes PCR a quem não os tenha feito na Indonésia.

"Toda a gente tinha que entrar com resultados negativos de um teste PCR, mas estes testes são caros e nem todos os conseguem fazer na Indonésia. Por isso, à chegada, quem não o tiver, vai ser imediatamente testado, entrando em quarentena, onde no final do período será feito novo teste", disse.

Timor-Leste tem atualmente 39 casos ativos da covid-19.

Leia Também: Nasce em Timor-Leste fórum nacional para combate à violência de género

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