Médicos venezuelanos querem ponte aérea com Rússia para garantir vacinas
O diretor da organização não-governamental (ONG) Médicos Unidos pela Venezuela (MUV) pediu ao Governo de Nicolás Maduro para manter uma ponte aérea contínua com a Rússia e garantir vacinas Sputnik-V suficientes para a população.
© Reuters
Mundo Covid-19
"Deviamos ter começado com um maior número de vacinas, para que o processo não pare, porque essas 100 mil (doses) são para 50 mil pacientes. Nessas circunstâncias, há que ter uma ponte aérea contínua com a Rússia para que se mantenha uma inoculação constante", disse, na quinta-feira, Jaime Lorenzo aos jornalistas.
O responsável da MUV frisou que um plano de vacinação deve começar nas regiões que registaram um maior número de óbitos, ou de maneira equitativa.
"Quando começámos como aqui, em apenas três estados, o mais possível é que muita gente, com o desespero por vacinar-se (...) emigre espontaneamente (para outros estados), buscando a vacina", disse.
Lorenzo acrescentou desconhecer um plano das autoridades venezuelanas para garantir vacinas em todos os cantos do país.
A Venezuela é um dos países da América Latina com maior experiência em vacinação, mas está "há anos em emergência humanitária", destacou.
Por outro lado, Jaime Lorenzo defendeu existir um grave problema de escassez de combustível e insuficientes viaturas com capacidade de refrigeração adequada para transportar as vacinas no país.
No sábado, a Venezuela recebeu as primeiras 100 mil doses da vacina russa Sputnik-V contra a covid-19, destinadas à população mais vulnerável e aos profissionais da saúde, para reduzir a transmissão local da doença.
As vacinas russas chegaram ao aeroporto de Simón Bolívar, no norte de Caracas, num voo da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa. A vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou que a Rússia "estendeu uma mão solidária e amiga" aos venezuelanos.
O processo de vacinação começou na quinta-feira em Caracas, de acordo com a imprensa local.
Segundo a Academia Nacional de Medicina (ANM) da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões delas de maneira prioritária.
Num relatório, divulgado na segunda-feira, a ANM pediu que a Venezuela possa "ter acesso a uma gama de diferentes vacinas seguras e eficazes" e a implementação de um plano de vacinação "baseado em princípios de equidade e evidências científicas".
Desde 13 de março de 2020 que a Venezuela está em estado de alerta, o que permite ao executivo tomar "decisões drásticas" no combate à pandemia da covid-19.
Nos últimos meses, a Venezuela tem aplicado um modelo próprio de quarentena, que consiste em sete dias de estrito confinamento seguido de sete dias de flexibilização.
As autoridades sanitárias venezuelanas contabilizaram 1.285 mortos e 133.577 casos, desde o início da pandemia em março de 2020.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.419.730 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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