Na Conferência de Segurança de Munique, em formato virtual, e depois de ouvir o Presidente norte-americano, Joe Biden, Angela Merkelelogiou a "nova disposição" do seu parceiro transatlântico no âmbito do multilateralismo e advertiu que "as palavras têm que trazer resultados".
Já hoje, na cimeira virtual do G7, Merkel vincou que o "multilateralismo vai voltar a ter hipóteses" dentro dessas sete potências, referindo-se às "primeiras decisões" de Biden, como o regresso dos Estados Unidos ao Acordo de Paris sobre o clima.
"A Alemanha está pronta para um novo capítulo das relações transatlânticas", vincou Merkel, considerando que a agenda comum é "clara" e defendeu trabalhar nela com base nos valores comuns, apesar de haver "diferenças" nos "interesses" em certas ocasiões.
A chanceler sublinhou que a "cooperação transatlântica tem um papel central" e afirmou que os EUA e a União Europeia devem elaborar uma "agenda comum" em relação à Rússia e China.
As diferenças com Moscovo e Pequim são evidentes em várias áreas, acrescentou a chanceler, no entanto, aberta a uma "oferta cooperativa" com estes países noutros aspetos.
Em relação à Rússia, lamentou que o Kremlin trabalhe para enfraquecer a UE e que tenha havido pouco progresso no processo de Minsk para estabilizar e pacificar o leste da Ucrânia.
Sobre a China, Merkel indicou que é "um competidor sistémico", mas ao mesmo tempo um "parceiro indispensável" para combater os desafios globais, como a covid-19 ou a emergência climática.
A chefe do governo alemão assinalou que o seu país continua comprometido em alcançar uma despesa na defesa equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme acordado em 2014 pelos parceiros da NATO, e anunciou que o orçamento militar da Alemanha este ano vai já alcançar os 1,5%.
No entanto, destacou a importância da reforçada cooperação europeia no âmbito da defesa, uma iniciativa que não tem intenção de minar ou substituir a Aliança, mas sim "complementá-la", argumentou.