O Senado dos Estados Unidos realizou esta terça-feira a primeira audição relativamente às falhas de segurança no dia da invasão do Capitólio, 6 de janeiro. Antigos e atuais membros das forças de segurança prestaram testemunhos e responderam às questões dos senadores norte-americanos.
Algumas das testemunhas que foram ouvidas hoje defenderam que o ataque ao Capitólio foi coordenado, segundo a CNN.
O antigo chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, disse que acreditava que tinha havido uma “coordenação significativa” entre os milhares de apoiantes de Donald Trump que invadiram o edifício.
“Estas pessoas vieram especificamente com equipamento. Trouxeram equipamento de escalada para um protesto. Trouxeram explosivos. Trouxeram um spray químico, como aquele de que a Capitã Mendoza falou. Vieram preparados”, frisou Sund, sugerindo que as bombas caseiras colocadas no exterior dos escritórios do Comité Nacional Democrata (DNC) e do Comité Nacional Republicano (RNC) tiveram como objetivo afastar recursos da polícia do Capitólio.
“O facto de que o grupo que atacou a nossa frente ocidental… tê-lo feito aproximadamente 20 minutos antes de o evento na Ellipse acabar (foi nesse local que Trump fez um discurso incendiário e de incitação à ação dos seus apoiantes), isso significa que eles estavam a planear que a nossa agência não estivesse no que pode ser considerada a sua máxima força… E depois o facto de que duas bombas caseiras terem sido colocadas no limite do nosso perímetro para, eu suspeito, afastar recursos [do Capitólio]”, explicou Steven Sund.
O antigo chefe da polícia do Capitólio salientou ainda que este foi “o pior ataque às forças de segurança” durante os seus quase 30 anos de carreira. Sund testemunhou que viu polícias a serem agredidos com “punhos, tubos de ferro, paus, tacos, barricadas de metal e varões de bandeiras”.
“Estes criminosos vieram preparados para a guerra”, realçou. “Sinto-me enojado com aquilo que testemunhei nesse dia”.
Robert Contee, o chefe interino da polícia metropolitana de DC, partilhou a opinião de Sund de que o ataque foi coordenado. “Penso que foram usados sinais com as mãos por várias das pessoas envolvidas na insurreição. Houve comunicação por rádio… Acredito com certeza que foi coordenado”, sublinhou.
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