Conservadores contestam uso de máscaras enquanto esperam por Trump

O uso de máscaras faciais, para prevenir contágio de covid-19, tornou-se ponto de discussão na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que reúne tendências radicais do partido republicano, fortes apoiantes do ex-presidente Donald Trump.

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© Elijah Nouvelage/Bloomberg via Getty Images

Lusa
27/02/2021 06:28 ‧ 27/02/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Apesar de ter lugar na Florida, um dos Estados norte-americanos onde as restrições devido à pandemia são menores - e onde, inclusivamente, as escolas se têm mantido abertas, tal como bares e restaurantes - a CPAC deste ano contempla diversas medidas de prevenção da covid-19 que foram mal recebidas pelos congressistas.

Antes de entrarem no hotel Hyatt Regency de Orlando, os participantes têm de preencher um questionário de saúde e deixar que lhes seja tirada a temperatura, antes de receberemum crachá que certifica que os dados recolhidos estão dentro dos parâmetros.

As máscaras são obrigatórias em todos os espaços públicos, devido às restrições impostas pelo Estado, e são oferecidas a quem não as trouxe, segundo a televisão norte-americana Fox News, que também se associa ao evento todos os anos.

Em todo o recinto, estão espalhadas tabuletas indicando que os congressistas devem lavar as mãos com frequência, manter o distanciamento físico e não retirar as máscaras e dentro da sala principal os lugares estão espaçados.

Mas, segundo a CNN, muitos dos participantes não usam máscaras, mesmo no palco.

Também ao dispor dos congressistas, segundo a Fox, estão produtos "Make America Great Again" (ou MAGA, "Engrandecer a América Novamente"), slogan de campanha do ex-presidente Donald Trump - além dos populares bonés, também é possível comprar máscaras faciais, cujo uso o ex-presidente por várias vezes criticou.

Poucas semanas depois de ter caído no Senado o seu segundo processo de destituição - pelo assalto ao Capitólio em janeiro por apoiantes seus - o próprio ex-presidente irá dirigir-se hoje aos congressistas.

Apesar de o partido republicano se ter unido contra a condenação de Trump, este foi criticado pelo líder do partido no Senado, Mitch McConnell, um enfrentamento que tem como pano de fundo uma possível recandidatura de Trump dentro de quatro anos.

O filho do ex-presidente, "Don" Trump Jr., foi um dos primeiros oradores do CPAC deste ano e, como esperado, fez fogo sobre a liderança republicana, e em particular sobre a congressista Liz Cheney, número 3 da hierarquia republicana na Câmara efilha do antigo vice-presidente republicano Dick Cheney.

Liz Cheney "representa o tipo de políticas que colocou o partido republicano numa posição de precisar de Donald Trump", disse o filho do ex-presidente.

O ataque na Síria ordenado por Joe Biden foi também evocado por "Don Jr.": "quem diria, apenas 33 dias depois (de Biden tomar posse) estamos outra vez a bombardear o Médio Oriente".

Outros pontos altos de hoje foram o senador do Texas Ted Cruz - que no CPAC do ano passado foi forçado a auto-isolar-se depois de ter tido contacto com um infetado com covid-19 - e Ron DeSantis, governador da Florida, que aproveitou para defender como um sucesso a abordagem anti-confinamento do seu Estado.

"Para aqueles que não são da Florida, bem-vindos. Somos um oásis de liberdade numa nação que está a sofrer em muitas partes do país sob jugo de confinamentos opressivos. A Florida acertou e os Estados do cofinamento erraram", disse DeSantis.

Mas mesmo as ligeiras medidas foram demais para os congressistas, obrigando a organização a lembrar constantemente da necessidade de uso de máscaras, motivando apupos e gritos de "liberdade, liberdade".

Leia Também: Procurador de Nova Iorque já tem as declarações fiscais de Donald Trump

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