Franceses receiam regresso ao confinamento com 'explosão' de infeções

Os franceses acabaram a semana com o regresso ao confinamento no horizonte, por causa do aumento do número de infeções no país, uma decisão que está a provocar resignação na população, enquanto aumenta a preocupação sobre os impactos económicos.

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© Chesnot/Getty Images

Lusa
27/02/2021 06:34 ‧ 27/02/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

As regiões perto de Nice e de Dunquerque já entraram em confinamento ao fim de semana, as primeiras localidades a recorrer a esta medida restritiva 'limite' no país em 2021.

Já 20 localidades nas imediações de Paris, capital do país, Lyon e Marselha, onde o número de infeções 'explodiu' nas últimas semanas, estão sob vigilância das autoridades sanitárias.

No país inteiro vigora o recolhimento obrigatório entre as 18:00 e as 06:00, mas as regiões mais afetadas poderão ver as medidas agravadas dentro de uma semana, se os contágios não recuarem e a capacidade de resposta em unidades hospitalares se deteriorar ainda mais, alertou na quinta-feira o primeiro-ministro francês, Jean Castex.

O chefe do Governo vai presidir hoje a uma reunião com os autarcas de várias cidades e responsáveis das autoridades sanitárias regionais das 20 localidades onde o número de infeções aumentou.

Contudo, o município de Paris acrescentou confusão a um debate que é, por si só, complicado. Na quinta-feira, a autarquia anunciou um confinamento "bastante curto" de três semanas, já que a perspetiva da capital é "reabrir tudo" depois deste período -- restaurantes, bares, cafés e espaços culturais, no entanto, na sexta-feira de amanhã a Câmara de Paris recuou e disse que era apenas "uma hipótese" em cima da mesa.

O primeiro-ministro considerou o plano "absurdo".

"Ouviram a autarquia de Paris a dizer que apenas era preciso confinar durante três semanas e depois acabou, mas sabem muito bem que com as variantes (...) não é possível", confirmou Castex, à margem de uma visita a uma unidade hospitalar em Nantes.

"Não se deve dizer parvoíces. Nunca se deve dizer parvoíces", acrescentou o chefe do Governo francês.

A planificação feita pela autarquia da capital poderá refletir o desespero que começa a ser evidente na população em relação ao confinamento, em particular, de cidadãos que dependem diretamente da reabertura de vários estabelecimentos, como, por exemplo, restaurantes, espaços culturais, entre outros.

Em França já morreram mais de 85 mil pessoas desde o início da pandemia.

As estirpes detetadas em outros países aumentam o receio de descontrolo da pandemia no país, em particular, a identificada no Reino Unido, que já representa metade das infeções em França.

Os hospitais continuam assoberbados e vários médicos e investigadores criticaram a estratégia de responder gradualmente na mitigação da propagação do SARS-CoV-2, delineada pelo Governo.

"Com uma evolução desfavorável, dizer de antemão que vamos esperar dez dias, aconteça o que acontecer, para decidir, é falhar e correr sempre atrás" do prejuízo, escreveu na rede social Twitter o epidemiologista Mahmoud Zureik, da Universidade de Versalhes.

O primeiro-ministro reafirmou na quinta-feira que quer "fazer de tudo para atrasar" o confinamento, de modo a "dar tempo à vacinação para produzir efeitos".

Mais de dois milhões de pessoas já receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra o SARS-CoV-2 em França, um país com cerca de 67 milhões de habitantes. Mais de um milhão de pessoas já receberam as duas doses.

Leia Também: Covid-19: Mais 25.207 infetados em França e 286 mortos

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