A Eslováquia é o segundo país da União Europeia, depois da Hungria, a usar a vacina russa, que não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos.
O primeiro-ministro eslovaco, Igor Matovic, manteve a compra em segredo e anunciou hoje o acordo com a Rússia, após a aterragem de um avião com 200.000 doses da Sputnik V, num aeroporto a leste da cidade de Kosice.
Matovic disse que o seu país receberá um milhão de vacinas nos próximos dois meses, com a chegada de mais um milhão prevista para maio e junho.
"Podem ver atrás de mim o primeiro carregamento dos dois milhões de doses da vacina Sputnik V que encomendámos", disse o primeiro-ministro, presente no aeroporto à chegada do avião de carga.
O Governo de Matovic rejeitou originalmente um plano para adquirir as doses da Sputnik V, no final de fevereiro, quando um partido dos quatro que formam a coligação governamental vetou a medida.
O ministro da Saúde eslovaco, Marek Krajci, cuja decisão tornou o negócio possível, diz que as autoridades podem começar a administrar a vacina dentro de cerca de duas semanas.
Na passada semana, também o primeiro-ministro austríaco, Sebastian Kurz, admitiu a possibilidade de o seu país albergar uma fábrica para produzir a Sputnik V.
Na sexta-feira, Kurz falou telefonicamente com o Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a possibilidade de a Rússia fornecer a vacina à Áustria, havendo já negociações avançadas sobre a matéria.
Sebastian Kurz já tinha afirmado, no início de fevereiro, que estava aberto à produção na Áustria de vacinas russas e chinesas contra a Covid-19, desde que estas obtivessem autorização de comercialização na União Europeia.
A Áustria critica o que considera serem "hesitações" da Agência Europeia de Medicamentos na autorização de vacinas contra a covid-19, lembrando que isso leva os Estados-membros a agir por conta própria.
Também o Presidente checo, Milos Zeman, já defendeu o recurso à vacina russa e a Croácia está a negociar a compra desse medicamento.
Recebida pela primeira vez com ceticismo, a Sputnik V - batizada em homenagem ao primeiro satélite soviético -- já convenceu muitos especialistas da sua eficácia.
O jornal médico especializado The Lancet publicou resultados segundo os quais a vacina tem uma eficácia de 91,6% no combate aos sintomas da covid-19.
As autoridades russas estão a tentar fazer acordos de produção em todo o mundo, em vez de exportarem as suas vacinas, por falta de capacidade suficiente para atender os pedidos nacionais, que consideram a prioridade.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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