Eslováquia recebe vacina russa Sputnik V e é o segundo país UE a usá-la

A Eslováquia, o país atualmente com a mais alta taxa de letalidade devido a covid-19, recebeu hoje o seu primeiro lote da vacina russa Sputnik V, depois de ter assinado um acordo para dois milhões de doses.

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Lusa
01/03/2021 19:14 ‧ 01/03/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

A Eslováquia é o segundo país da União Europeia, depois da Hungria, a usar a vacina russa, que não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos.

O primeiro-ministro eslovaco, Igor Matovic, manteve a compra em segredo e anunciou hoje o acordo com a Rússia, após a aterragem de um avião com 200.000 doses da Sputnik V, num aeroporto a leste da cidade de Kosice.

Matovic disse que o seu país receberá um milhão de vacinas nos próximos dois meses, com a chegada de mais um milhão prevista para maio e junho.

"Podem ver atrás de mim o primeiro carregamento dos dois milhões de doses da vacina Sputnik V que encomendámos", disse o primeiro-ministro, presente no aeroporto à chegada do avião de carga.

O Governo de Matovic rejeitou originalmente um plano para adquirir as doses da Sputnik V, no final de fevereiro, quando um partido dos quatro que formam a coligação governamental vetou a medida.

O ministro da Saúde eslovaco, Marek Krajci, cuja decisão tornou o negócio possível, diz que as autoridades podem começar a administrar a vacina dentro de cerca de duas semanas.

Na passada semana, também o primeiro-ministro austríaco, Sebastian Kurz, admitiu a possibilidade de o seu país albergar uma fábrica para produzir a Sputnik V.

Na sexta-feira, Kurz falou telefonicamente com o Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a possibilidade de a Rússia fornecer a vacina à Áustria, havendo já negociações avançadas sobre a matéria.

Sebastian Kurz já tinha afirmado, no início de fevereiro, que estava aberto à produção na Áustria de vacinas russas e chinesas contra a Covid-19, desde que estas obtivessem autorização de comercialização na União Europeia.

A Áustria critica o que considera serem "hesitações" da Agência Europeia de Medicamentos na autorização de vacinas contra a covid-19, lembrando que isso leva os Estados-membros a agir por conta própria.

Também o Presidente checo, Milos Zeman, já defendeu o recurso à vacina russa e a Croácia está a negociar a compra desse medicamento.

Recebida pela primeira vez com ceticismo, a Sputnik V - batizada em homenagem ao primeiro satélite soviético -- já convenceu muitos especialistas da sua eficácia.

O jornal médico especializado The Lancet publicou resultados segundo os quais a vacina tem uma eficácia de 91,6% no combate aos sintomas da covid-19.

As autoridades russas estão a tentar fazer acordos de produção em todo o mundo, em vez de exportarem as suas vacinas, por falta de capacidade suficiente para atender os pedidos nacionais, que consideram a prioridade.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Profissionais de saúde romenos chegam à Eslováquia após pedido de ajuda

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