O líder do grupo de especialistas vinculados à Comissão Nacional de Saúde, Zhong Nanshan, disse que o país distribuiu 52,52 milhões de doses de vacinas para a covid-19 até 28 de fevereiro.
Zhong fez o comentário durante um fórum 'online' entre especialistas médicos norte-americanos e chineses, patrocinado pelo Instituto Brookings e pela Universidade Tsinghua.
Trata-se da primeira meta que a China estabelece publicamente, desde que começou a sua campanha de imunização em massa para grupos de risco, em meados de dezembro.
A China inoculou apenas 3,56% da sua população, de 1,4 mil milhões de pessoas, até à data, de acordo com Zhong.
Em primeiro lugar no mundo está Israel, que vacinou mais de 90% da sua população. Os EUA vacinaram cerca de 22%.
Especialistas em saúde chineses dizem que o país tem fornecimento suficiente para a sua população, embora se tenha comprometido a exportar cerca de 500 milhões de doses, sobretudo para os países em desenvolvimento.
"O ritmo atual de vacinação é muito baixo, porque o surto está sob controlo na China, mas acho que a capacidade é suficiente", disse Zhang Wenhong, especialista em doenças infecciosas que também participou no fórum.
A China aprovou quatro vacinas, todas desenvolvidas por farmacêuticas chinesas. Estas farmacêuticas asseguraram que podem fabricar 2,6 mil milhões de doses, até ao final deste ano.
Ainda assim, vacinar toda a população da China constitui um desafio.
Mesmo com uma taxa de vacinação de 10 milhões de pessoas por dia, seria preciso cerca de sete meses para vacinar 70% da população do país, observou Zhang. Todos os especialistas reconheceram também a complexa tarefa de vacinar a população mundial.
"A procura vai ultrapassar a oferta durante muitos meses ou anos, a menos que se acelere a manufatura", disse Tom Frieden, ex-diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.
Eles também alertaram contra a expectativa de um rápido retorno ao normal.
O chefe do Centro de Controlo de Doenças da China, Gao Fu, previu que a vida pode recuperar "alguma normalidade" no verão do próximo ano.
Gao, junto com Zhong e outros especialistas em saúde chineses, pediu mais cooperação entre os EUA e a China.
Gao pediu especificamente aos EUA e à China que cooperem através da COVAX, uma iniciativa das Nações Unidas para distribuir vacinas de forma mais justa em todo o mundo em desenvolvimento.
"Vamos trabalhar juntos", apelou.
Leia Também: Covid-19. China soma 11 novos casos, oriundos do exterior