Covid-19. China quer vacinar 40% da população até junho

Especialistas em saúde chineses dizem que a China está atrasada na implementação da vacinação contra o novo coronavírus porque tem a doença amplamente sob controlo, mas que planeia vacinar 40% da população até junho.

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© Andrew Milligan/Pool via REUTERS

Lusa
02/03/2021 08:07 ‧ 02/03/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

O líder do grupo de especialistas vinculados à Comissão Nacional de Saúde, Zhong Nanshan, disse que o país distribuiu 52,52 milhões de doses de vacinas para a covid-19 até 28 de fevereiro.

Zhong fez o comentário durante um fórum 'online' entre especialistas médicos norte-americanos e chineses, patrocinado pelo Instituto Brookings e pela Universidade Tsinghua.

Trata-se da primeira meta que a China estabelece publicamente, desde que começou a sua campanha de imunização em massa para grupos de risco, em meados de dezembro.

A China inoculou apenas 3,56% da sua população, de 1,4 mil milhões de pessoas, até à data, de acordo com Zhong.

Em primeiro lugar no mundo está Israel, que vacinou mais de 90% da sua população. Os EUA vacinaram cerca de 22%.

Especialistas em saúde chineses dizem que o país tem fornecimento suficiente para a sua população, embora se tenha comprometido a exportar cerca de 500 milhões de doses, sobretudo para os países em desenvolvimento.

"O ritmo atual de vacinação é muito baixo, porque o surto está sob controlo na China, mas acho que a capacidade é suficiente", disse Zhang Wenhong, especialista em doenças infecciosas que também participou no fórum.

A China aprovou quatro vacinas, todas desenvolvidas por farmacêuticas chinesas. Estas farmacêuticas asseguraram que podem fabricar 2,6 mil milhões de doses, até ao final deste ano.

Ainda assim, vacinar toda a população da China constitui um desafio.

Mesmo com uma taxa de vacinação de 10 milhões de pessoas por dia, seria preciso cerca de sete meses para vacinar 70% da população do país, observou Zhang. Todos os especialistas reconheceram também a complexa tarefa de vacinar a população mundial.

"A procura vai ultrapassar a oferta durante muitos meses ou anos, a menos que se acelere a manufatura", disse Tom Frieden, ex-diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

Eles também alertaram contra a expectativa de um rápido retorno ao normal.

O chefe do Centro de Controlo de Doenças da China, Gao Fu, previu que a vida pode recuperar "alguma normalidade" no verão do próximo ano.

Gao, junto com Zhong e outros especialistas em saúde chineses, pediu mais cooperação entre os EUA e a China.

Gao pediu especificamente aos EUA e à China que cooperem através da COVAX, uma iniciativa das Nações Unidas para distribuir vacinas de forma mais justa em todo o mundo em desenvolvimento.

"Vamos trabalhar juntos", apelou.

Leia Também: Covid-19. China soma 11 novos casos, oriundos do exterior

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