Apresentado por o primeiro-ministro designado, Abdel Hamid Dbeibah, o novo GNU tem recebido duras críticas por não cumprir a quota mínima exigida de mulheres.
Abdel Hamid Dbeibah, acusado de ter comprado votos durante a formação do novo executivo, enviou uma lista com 27 ministros, dois vice-primeiros ministros e seis secretários de Estado onde, segundo a última versão, só aparece o nome de cinco mulheres, ou seja, 14% contra os 30% imposto pelo Fórum de Diálogo Político da Líbia (FDPL), órgão não eleito criado pela ONU.
De acordo com o jornal local Libyan Express, o grupo de mulheres na lista do Governo é liderado por Lamia Abuesderia, membro do partido Al Watan, que se conseguir o voto de confiança converte-se-á na primeira mulher responsável pela diplomacia líbia.
Assim como Halima Ibrahim Abdulrahman será também a primeira mulher proposta para dirigir o Ministério da Justiça, Aafaa al Kelani ficará a cargo dos Assuntos Sociais e Mabrouka Toufo da Cultura. A escassa quota de mulheres termina com Marin Khalid Alttayib, para ministra de Estado para assuntos femininos.
"Temos procurado o equilíbrio entre a formação e a representação geográfica para que represente todos os líbios, tendo em conta os conflitos anteriores que fizeram com que muitos líbios se tenham sentido marginalizados nos últimos anos", explicou o primeiro-ministro.
A sessão agendada para esta segunda-feira acontece no meio de uma polémica sobre a suposta compra de vontades durante o processo de votação no FDPL, um mecanismo criado 'ad hoc' pela ONU para tentar travar a guerra civil que ensanguenta o país.
A suposta corrupção ter-se-á infiltrado no painel de peritos da ONU e supostamente teria permitido a eleição, por uma pequena margem, da candidatura liderada por o atual presidente interino do conselho presidencial, Mohamad al Menfi, e de que fazia parte Dbeibah, cuja família manteve laços com a ditadura de Muamar al Gadafi, derrubado e assassinado em 2011.
Na semana passada, assim que foi conhecida a suposta infiltração do presidente do Parlamento, Aquilah Saleh, que é líder da lista perdedora, sugeriu a possibilidade de que adiar a sessão de voto até ao dia 15 de março, data em que está prevista a publicação do painel de peritos de onde, aparentemente, terá surgido a denúncia.
Um adiamento contestado de imediato pela missão da ONU na Líbia (UNSMIL), principal impulsionador do atual processo de reconciliação política, e que coloca em causa o seu prestígio frente às manobras da Turquia e da Rússia, as potências mais influentes no conflito líbio.