Tensões escalam após detenção de ucraniano na Eslováquia

As tensões entre a Eslováquia e a Ucrânia, elevadas após a interrupção por Kyiv do trânsito de gás russo, escalaram hoje com a detenção em território eslovaco de um cidadão ucraniano por "ameaçar a segurança do país".

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© Vitalii Nosach/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
30/01/2025 23:00 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A detenção ocorreu depois de os embaixadores de ambos os países terem sido convocados pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Eslováquia, para manifestarem a sua condenação às recentes declarações das respetivas autoridades.

 

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia tem conhecimento da detenção na Eslováquia, sob acusações de 'ameaça à segurança nacional', de um cidadão ucraniano nascido em 1966", refere uma nota da diplomacia ucraniana, noticiada pela agência de notícias pública do país Ukrinform.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia pediu que os direitos do cidadão detido fossem respeitados e ofereceu-lhe apoio jurídico.

As más relações entre o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e o Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, agravaram-se quando Kyiv anunciou que deixaria de permitir que o gás russo, do qual os eslovacos beneficiavam economicamente, passasse pelo seu território a partir de 01 de janeiro de 2025.

Fico, que já tinha manifestado a sua oposição às sanções contra Moscovo e cortado a ajuda militar do seu país à Ucrânia, repreendeu repetidamente Zelensky por esta decisão, que por sua vez chamou repetidamente o primeiro-ministro eslovaco de 'marioneta' de Moscovo.

Zelensky apoiou também abertamente os protestos anti-Fico na Eslováquia, levando Bratislava a acusar os ucranianos de interferirem na sua política interna.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste do país vizinho, independente desde 1991 e que tinha vindo a afastar-se de Moscovo e a aproximar-se do Ocidente.

Com falta de homens e armas, as forças ucranianas estão na defensiva e a recuar nas frentes leste e nordeste do país há mais de um ano, apesar das perdas infligidas à Rússia e da ocupação de várias centenas de quilómetros na região fronteiriça russa de Kursk.

A situação frágil da Ucrânia no campo de batalha e a chegada ao poder de Donald Trump nos Estados Unidos reacenderam as especulações sobre negociações de paz e a manutenção da ajuda militar norte-americana, essencial para Kyiv.

Leia Também: Suécia anuncia apoio recorde acima de mil milhões de euros a Kyiv

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