"Hoje foram enterrados na capital, Sanaa, os corpos de 43 etíopes que morreram no infeliz incêndio no refúgio para imigrantes ilegais", disse um dos porta-vozes dos rebeldes.
Até agora, a única informação sobre este incidente referia-se a oito mortos e 170 feridos, um número divulgado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O incêndio terá deflagrado durante a intervenção de uma força anti-distúrbios enviada para o local quando irromperam confrontos entre duas comunidades distintas de migrantes africanos, com um dos guardas do centro a ser agredido.
Os representantes das comunidades de imigrantes pediram uma investigação rápida do incidente, e a divulgação dos resultados. Indicaram ainda que foram convidados a participar no inquérito pelo Ministério do Interior Huthi.
Segundo a OIM, dezenas de milhares de imigrantes africanos chegam ao Iémen através do golfo de Aden para tentar alcançar os países do golfo Pérsico em busca de oportunidades de trabalho, e muitos acabam por ficar bloqueados no Iémen, onde enfrentam "perigos extremos e abusos".
De acordo com esta organização, em 2019 pelo menos 130.000 chegaram ao Iémen provenientes da Etiópia, Somália e Djibuti, enquanto em 2020 o número reduziu para 37.500 devido às restrições motivadas pela pandemia de covid-19.