Myanmar: Taiwan aconselha empresas a içar bandeira para se distinguirem
Taiwan aconselhou hoje as empresas taiwanesas presentes em Myanmar (ex-Birmânia) a içarem a bandeira da ilha para se distinguirem das companhias chinesas, que foram atacadas no domingo em Rangum por manifestantes pró-democracia, ações que foram duramente reprimidas.
© Stringer/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Myanmar
No domingo, várias fábricas chinesas foram incendiadas em Hlaing Tharyar, um subúrbio de Rangum, por manifestantes que contestam o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro.
A polícia birmanesa respondeu com disparos e provocou a morte a 22 pessoas naquele que foi o dia mais mortífero da repressão desde a mudança de regime.
Os incidentes causaram preocupação em Taiwan, cujas empresas, confundidas com as chinesas, foram também atacadas.
A embaixada de Taiwan em Myanmar aconselhou as empresas taiwanesas no país a identificarem-se "claramente como tal, com placas em birmanês", hasteando a bandeira nacional, bem como a explicar a situação aos residentes para evitar "confusão e erros de julgamento".
Hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan admitiu que 10 cidadãos taiwaneses foram temporariamente apanhados pela violência nos subúrbios de Rangum, tendo a sua fábrica sido atacada e danificada, mas já se encontram em segurança.
Cerca de 270 empresas taiwanesas estão presentes em Myanmar, com um investimento total estimado em mais de 1.000 milhões de dólares (cerca de 840 milhões de euros) nos setores bancário e têxtil, bem como no fabrico de calçado.
Por seu lado, hoje também, a China indicou que está a "acompanhar de perto a situação" em Myanmar e pediu aos seus cidadãos no país que tenham cautela.
"A China espera que Myanmar tome medidas práticas para garantir a segurança dos cidadãos chineses", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, em conferência de imprensa.
Zhao apelou aos cidadãos chineses em Myanmar que "permaneçam atentos".
Em Rangum, a capital económica do país, várias fábricas de propriedade chinesa foram, no domingo, "destruídas, saqueadas e incendiadas", referiu a embaixada chinesa, acrescentando que alguns cidadãos chineses ficaram feridos.
Questionado sobre a possibilidade de a China retirar os seus cidadãos do país, o porta-voz limitou-se a indicar que Pequim está "muito preocupada" com a segurança dos chineses no país.
Zhao também exortou as autoridades do Myanmar a "levar os autores [dos ataques] à justiça".
A China é um dos principais parceiros comerciais do Myanmar.
Segundo Pequim, os investimentos chineses naquele país asiático criaram cerca de 400.000 empregos.
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