Huthis lamentam incêndio em centro de migrantes de que foram acusados

Os rebeldes Huthis do Iémen expressaram hoje "profundo pesar" pelo incêndio que deflagrou num centro de migrantes na capital do país, Sanaa, o qual foram acusados de ter provocado, causando 44 mortos e 193 feridos.

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Lusa
17/03/2021 11:30 ‧ 17/03/2021 por Lusa

Mundo

Iémen

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"Expressamos o nosso profundo pesar pelo acidente no centro de detenção de migrantes em Sanaa", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros Huthi, Hussein Al-Azi, ao canal Al-Masirah, detido pelos rebeldes.

Segundo o ministro, já foi aberta uma investigação sobre a tragédia de 07 de março.

As declarações foram feitas na sequência de acusações da organização Human Rights Watch, que avançou, na terça-feira, terem sido lançados "projéteis não identificados" por agentes Huthis contra o centro de detenção, provocando o incêndio.

"Dezenas de migrantes morreram queimados quando as forças de segurança Huthis atiraram projéteis não identificados contra um centro de detenção de migrantes em Sanaa, causando um incêndio", disse a HRW.

Segundo a organização de direitos humanos, os guardas do centro "reuniram, num armazém, os migrantes, sobretudo etíopes, que protestavam contra as condições de detenção" e lançaram dois projéteis, um dos quais "explodiu ruidosamente e deu início a um incêndio".

A organização adiantou ainda que centenas de sobreviventes têm queimaduras graves e estão nos hospitais da capital, mas estão sempre a ser vigiados pelos Huthis, o que dificulta o acesso das organizações humanitárias aos feridos.

Um vídeo obtido através de uma testemunha mostra dezenas de corpos carbonizados deitados uns sobre os outros numa sala escura, onde se ouvem gritos e choro de sobreviventes.

Face às acusações, a ONU pediu uma "investigação independente" enquanto a Organização Internacional para as Migrações apelou a que seja dado "acesso humanitário urgente" aos migrantes, alegando ter recebido diversos relatos de associações que estimam terem morrido entre 40 e 60 pessoas no ataque.

Para Hussein Al-Azi, no entanto, os números avançados "são um exagero" que serviu para "instrumentalizar politicamente" a tragédia.

Nos últimos seis anos, o Iémen tem sido devastado por uma guerra que opõe os Huthis, apoiados pelo Irão, às forças do Governo, apoiadas por uma coligação liderada por Riade.

O conflito provocou a morte de dezenas de milhares de pessoas, de acordo com as organizações não governamentais presentes no terreno, e levou à pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

Apesar da guerra, os migrantes do corno de África continuam a passar pelo Iémen na esperança de chegar a países vizinhos, os Estados ricos do Golfo.

 

PMC // FPA

Lusa/Fim

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