"Quando mais de cinco manifestantes se juntam e não conseguimos fazer dispersar a multidão, temos ordens para disparar", disse à CNN um polícia birmanês que fugiu de Myanmar para a Índia na sequência do golpe de estado levado a cabo pelo exército.
O homem, que não é identificado para sua segurança, disse que tomou a decisão de fugir do país depois de receber essas ordens, indicando que não queria "o sangue dos seus concidadãos nas suas mãos". Para trás, deixou os seus pais e irmãos.
O polícia explica ainda que lhe foram entregues centenas de cartuchos para armas de vários calibres.
A violência no país decorre desde 1 de fevereiro, quando os generais birmaneses tomaram o poder, num golpe de estado, alegando fraude eleitoral nas legislativas do passado mês de novembro e contestando a vitória da líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi.
As manifestações de protesto, marcadas pela violência policial e do exército, já resultaram em mais de 180 mortos civis desde o início de fevereiro, de acordo com a Associação de Ajuda aos Prisioneiros Políticos.
A CNN explica que entrou em contacto com a embaixada em Myanmar e que lhes pediram para enviar as perguntas por e-mail, as quais ainda permanecem sem resposta.
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