A Agência Europeia do Medicamento (EMA) determinou, após revisão dos dados sobre casos de formação de coágulos em pacientes imunizados com a vacina da Covid-19, que o fármaco é "seguro e eficaz".
"O nosso Comité Consultivo Global para a Segurança das Vacinas chegou a uma conclusão após a revisão de casos de coágulos sanguíneos em pessoas imunizadas com a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. O comité chegou a uma conclusão clara e científica: esta é uma vacina segura e eficaz", indicou uma responsável do regulador europeu, numa conferência de imprensa que pode acompanhar abaixo.
"Os seus benefícios na proteção de pessoas infetadas com Covid-19, com os riscos associados de morte e hospitalização, são superiores aos possíveis riscos", acrescentou Emer Cooke, diretora-executiva da EMA.
Depois de uma investigação nos últimos dias dos especialistas do regulador europeu, Emer Cooke garantiu que a administração da vacina da AstraZeneca "não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos" nalguns dos vacinados com este fármaco.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) organizou uma reunião extraordinária para discutir a segurança da vacina da AstraZeneca e os casos de formação de coágulos após a vacinação.
Vários países europeus, incluindo Portugal, deixaram de administrar temporariamente a vacina devido a estes relatos e às dúvidas que emergiram sobre a mesma. No total são já 21 países a nível global: Suécia, Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Roménia, Estónia, Países Baixos, Islândia, Lituânia, Letónia, Bulgária, Luxemburgo, Chipre, Irlanda, Dinamarca, Indonésia e Venezuela.
Até 10 de Março, foram relatados pelo menos 30 casos de eventos tromboembólicos (quando um coágulo sanguíneo bloqueia uma veia). Já foram administradas em Portugal cerca de 400 mil doses do fármaco da AstraZeneca e vão ficar agora em armazém cerca de 200 mil doses.
Além destes efeitos secundários, a AstraZeneca tem estado na 'mira' da Comissão Europeia por demoras na entrega de vacinas à UE e, no fim de semana passado, anunciou novos atrasos, invocando as restrições impostas pela UE à exportação.
Devido a tal cenário, a Comissão Europeia anunciou na terça-feira ter chegado a acordo com a BioNTech-Pfizer para a entrega antecipada de 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, que estarão disponíveis já no segundo trimestre.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou que os atrasos na produção e entrega de vacinas da Covid-19 pela farmacêutica AstraZeneca tenham "reduzido a velocidade da campanha de vacinação" na UE.
Até agora, foram administradas na região europeia 107 milhões de doses da vacina e "03% da população em 45 países recebeu uma série completa da vacina". Em 23 países, pelo menos "51% dos profissionais de saúde recebeu pelo menos uma dose".
[Notícia em atualização]
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