Confinamento sobrecarrega mulheres venezuelanas com trabalho

A pandemia da covid-19 está sobrecarregando as mulheres com trabalho, na Venezuela, país onde por razões culturais desempenham funções que lhes são atribuídas e agora têm também de fazer teletrabalho.

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Lusa
20/03/2021 00:02 ‧ 20/03/2021 por Lusa

Mundo

Venezuela

 

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"O confinamento está sobrecarregando as mulheres com trabalho", alertou a porta-voz da Associação Venezuelana para a Educação Social (AVESA).

Magdymar León, falava durante uma conferência de imprensa virtual para jornalistas, organizada pela Delegação da União Europeia na Venezuela, no âmbito de um mês de atividades para assinar o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

"Aos trabalhos feitos em casa (...) soma-se agora outras atividades como o teletrabalho", explicou.

León alertou ainda que há atividades que são vistas de maneira diferente se realizadas por homens ou mulheres, insistindo que há uma "'invisibilização' dos aportes do género feminino".

Entretanto, a AVESA divulgou um manual com diretrizes para a saúde, onde explica que a covid-19 tem afetado "significativamente as economias e sociedades, e revelou o importante papel das mulheres" em áreas como "a económica, sanitária, de segurança e de proteção social".

"Não obstante, esse reconhecimento não tem representado uma melhora nas suas vidas. Pelo contrário, enfrentam repercussões desproporcionais devido ao impacto da pandemia que ameaça os avanços conseguidos no reconhecimento e na garantia de seus direitos humanos", explica.

Segundo a AVESA as mulheres têm um papel "pouco valorizado de cuidadoras, sustentam a vida na esfera privada" familiar e "no âmbito público em saúde".

No privado "se têm excedido no papel de cuidadoras e obrigadas a ser professoras dos filhos, ao teletrabalho, entre outras situações que afetam negativamente a sua saúde".

"Têm sido o apoio, na linha de frente perante a covid-19. Representam 70% do pessoal de saúde em todo o mundo. É indubitável o trabalho de enfermeiras, médicas, preparadoras de alimentos, pesquisadoras e na manutenção do setor da saúde, e apesar de tudo isso, têm sido escassamente tidas em consideração na toma de decisões", explica.

Na Venezuela, estão oficialmente confirmados 147.577 casos da covid-19, desde o início da pandemia, em março de 2020. Há ainda 1.459 mortes associadas ao novo coronavírus e 138.841 pessoas recuperaram da doença.

O país está em estado de alerta desde 12 de fevereiro de 2020 e o Presidente Nicolás Maduro, ordenou um "cerco sanitário" na cidade de Caracas e os Estados de Miranda, La Guaira e Bolívar, devido ao aumento de casos de pessoas infetadas com a variante brasileira do novo coronavírus.

Segundo a Associação Capital de Clínicas e Hospitais (ACCH) as áreas de terapia intensiva de 11 clínicas privadas da cidade de Caracas, estão a registar entre "95% e 100%" de ocupação de pacientes diagnosticados com a covid-19 e "a hospitalização e isolamento estão mais ou menos por esses números".

Em 6 de março último o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a sua mulher, Cília Flores, receberam a primeira dose da vacina russa Sputnik V contra o novo coronavírus, no âmbito do programa venezuelano de imunização da população.

A Venezuela recebeu, em 2 de março, meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm contra a covid-19 e em 13 de fevereiro, recebeu as primeiras 100 mil doses da vacina russa Sputnik-V.

Segundo a Academia Nacional de Medicina da Venezuela o país necessita de 30 milhões de vacinas para imunizar 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões de maneira prioritária.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.692.313 mortos no mundo, resultantes de mais de 121,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: AO MINUTO: As regras dos autotestes; Brasil atinge novo máximo de casos

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