Identidades de pessoas mortas usadas no Brasil para usurpar vacinação
O uso da identidade de pessoas mortas para conseguir uma vacinação antecipada contra a covid-19 foi uma das irregularidades encontradas pelas autoridades de controlo do Brasil, segundo um estudo divulgado na sexta-feira.
© REUTERS/Bruno Kelly
Mundo Covid-19
A análise, feita pela Controladoria-Geral da União (CGU), verificou o cumprimento das prioridades em cerca de 10 milhões de doses de vacinas, que foram aplicadas contra a covid-19 no país sul-americano até 10 de março.
"Há casos de vacinas aplicadas a pessoas que figuram como falecidas no Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, com a data de emissão da certidão de óbito anterior ao início da vacinação", diz o comunicado divulgado pela CGU.
Embora o órgão não tenha divulgado o número de pessoas que utilizaram os dados de cidadãos falecidos para obter a vacina, o jornal O Globo fala em cerca de 1.000 casos.
Pessoas que possuem três ou mais boletins de vacinação, imunização de pessoas com 60 anos, que, apesar de serem idosos, ainda não estão no grupo considerado prioritário, e cidadãos vacinados como profissionais de saúde, sem que o sejam, estão entre as principais fraudes Identificadas.
De acordo com a análise, foram detetadas cerca de 50.000 inconsistências, o que representa 0,5% das 10 milhões de doses consideradas na avaliação.
Para o estudo foram analisados dados próprios e cruzamentos com outras bases de dados oficiais de registos de vacinas aplicadas até ao dia 10 de março.
A vacinação para os cerca de 212 milhões de habitantes da nação sul-americana começou em 17 de janeiro, mas avança lentamente devido à falta de doses prontas de imunizantes.
Até ao momento, apenas 4,5% da população brasileira recebeu a primeira dose de um dos imunizantes usados no país e apenas 1,5% já tem as duas doses.
De acordo com o Ministério da Saúde, já foram adquiridas 562 milhões de vacinas de diversos laboratórios, incluindo as já produzidas no Brasil (a da Astrazeneca/Oxford e a do laboratório Sinovac).
No entanto, grande parte dos imunizantes só ficará pronta no segundo semestre deste ano. Até ao momento, cerca de 24 milhões de doses foram distribuídas, das quais pouco mais da metade foram aplicadas.
O Brasil, com seus mais de 210 milhões de habitantes, é o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, com mais de 290.000 mortes e 11,8 milhões de infeções, apenas atrás dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.692.313 mortos no mundo, resultantes de mais de 121,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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