Vários milhares de manifestantes reuniram-se numa praça no centro de Cassel, sem distanciamento físico e sem máscara, tendo um grupo tentado forçar a passagem através de um cordão policial o que levou as autoridades a dispersá-los usando gás pimenta, observou um jornalista da AFP.
"Não é assim que um protesto pacífico deve ser", escreveu a polícia do norte de Hesse, um dos estados regionais da Alemanha, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
Na mensagem, a polícia acusa os manifestantes de "ataques repetidos" contra funcionários dos serviços de emergência e afirma que não tolerará tais ataques, acrescentando ter preparado um veículo equipado com canhão de água.
O protesto hoje realizado foi convocado pelo movimento "Querdenker" ou "Anti-conformista", que organizou algumas das maiores manifestações "anti-corona" (contra as restrições impostas para combater a covid-19) na Alemanha desde o início da pandemia.
O movimento reúne membros da extrema-esquerda, seguidores de teorias da conspiração, críticos da vacinação, bem como partidários da extrema-direita.
Alguns manifestantes mostravam cartazes onde se lia "fim do confinamento" e "rebeldes do corona".
Muitas outras cidades alemãs registaram protestos semelhantes, mas em menor escala, no último fim de semana, tendo como pano de fundo a terceira vaga de covid-19, confirmada no país apesar das medidas restritivas impostas durante meses para conter a propagação da doença.
A Alemanha contabilizou 16.000 novos casos de infeção e 207 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com o Instituto Robert Koch.
A incidência acumulada de covid-19 na Alemanha nos últimos sete dias voltou a subir e está próximo de 100 novos casos por 100.000 habitantes, nível que, a manter-se, implicará um passo atrás na reabertura da sociedade alemã.
Segundo aquele instituto alemão, a incidência situa-se hoje nos 99,9 casos por cada 100.000 habitantes, quando sexta-feira a taxa era de 95,6 e, na quinta-feira, de 90. Há uma semana, a taxa situava-se nos 76,1.
Em sete dias, segundo o RKI, a Alemanha contabilizou 83.121 novos contágios.
A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu na sexta-feira, após uma reunião por videoconferência com os chefes de governo dos estados federados para falar sobre a campanha de vacinação, que será adotado um "travão de emergência" caso a incidência ultrapasse as 100 infeções por 100 mil habitantes, o que implicará o reintrodução de parte das restrições, que irá afetar sobretudo o comércio não essencial, reaberto com condicionamentos em 03 deste mês.
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