ACNUR mostra-se "extremamente alarmado" com violência em Palma

O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse hoje estar "extremamente alarmado pelos trágicos acontecimentos" em Palma, no norte de Moçambique, anunciando estarem previstas missões em áreas remotas.

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Lusa
31/03/2021 15:27 ‧ 31/03/2021 por Lusa

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Moçambique

 

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"O ACNUR continua a aumentar a resposta humanitária, conduzindo uma avaliação das necessidades e procedendo com base nas necessidades mais urgentes que foram identificadas, e estamos a planear missões em áreas remotas como Mueda, para onde foram as pessoas deslocadas de Palma", afirmou Andrej Mahecic, durante uma declaração em Genebra.

O porta-voz acrescentou que "o ACNUR está extremamente alarmado pelos trágicos acontecimentos em Palma, na província moçambicana de Cabo Delgado".

"Muitos homens, mulheres e crianças fugiram das suas casas tentando encontrar refúgio nas florestas circundantes depois de alegadamente dúzias de pessoas terem sido mortas durante os ataques", notou a fonte oficial da agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

Mais de 100 pessoas chegaram no domingo de barco a Pemba, provenientes de Palma, a capital da província de Cabo Delgado, e "outras 40 foram enviadas para Pemba na terça-feira à tarde em aviões da ONU, a maioria mulheres e crianças, traumatizadas e exaustas", precisou.

O ACNUR tem elementos no porto e no aeroporto de Pemba que estão a prestar assistência imediata e outros serviços, "e muitos precisam de ajuda médica urgente", referiu Andrej Mahecic, colocando o número de deslocados em Pemba em 43 mil mesmo antes do último ataque, o que eleva o total de pessoas deslocadas nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa para 670 mil desde o início do conflito, em outubro de 2017.

A vila de Palma, cerca de 25 quilómetros do projeto de gás natural da multinacional Total, sofreu um ataque armado na quarta-feira da semana passada que as autoridades moçambicanas dizem ter resultado na morte de dezenas de pessoas e na fuga de centenas.

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

Leia Também: França não deve fazer de Cabo Delgado "um segundo Mali"

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