De acordo com a estação de televisão estatal sérvia, a psiquiatra Jovana Stojkovic, uma figura proeminente no movimento que é contra a vacinação no país, foi detida pela polícia de Belgrado, sob acusações de ser responsável pela propagação do "medo e pânico" com as publicações que fez nas redes sociais e em eventos.
Stojkovic, que é também dirigente de um partido de extrema-direita sem grande representação, tem dado voz a diversas teorias da conspiração sobre os malefícios da vacinação. Pelo menos outras cinco pessoas também estiveram a ser interrogadas pelas autoridades.
Os interrogatórios estão a ser interpretados como uma operação de repressão contra os movimentos que se opõem à vacinação contra o SARS-CoV-2.
A ministra da Justiça da Sérvia, Maja Popovic, considerou que o ministro do Interior e os vários procuradores envolvidos estão a atuar de acordo com a lei.
"Todos os perpetradores de atos criminosos têm de ser processados, especialmente quando estão a ameaçar a saúde pública", explicitou Popovic, em comunicado citado pela Associated Press (AP).
Dezenas de apoiantes destes movimentos aplaudiram Jovana Stojkovic depois do interrogatório, com um cartaz onde era possível ler "acabem com o fascismo covid-19".
Stojkovic disse que foi interrogada por causa da partilha de vários artigos sobre a vacinação, considerando que os comentários que acrescentou às publicações partilhadas eram "baseados em investigações científicas e naquilo que os médicos têm dito".
A Sérvia tem uma das maiores percentagens de inoculação na Europa, em grande parte devido à grande aquisição das vacinas da Sinopharm (do Grupo Nacional Farmacêutico da China) e da russa Sputnik V.
A nação, que pertence à região dos Balcãs, também está a utilizar as vacinas desenvolvidas pela Pfizer (em parceria com a BioNTech) e as produzidas pela AstraZeneca (em parceria com a Universidade de Oxford).
Cerca de dois milhões de pessoas - de um total de sete milhões de habitantes -- já receberam pelo menos a primeira dose de uma das vacinas que estão a ser administradas.
Contudo, são cada vez menos as pessoas que se inscrevem para a vacinação, o que levou as autoridades a ponderar sobre a relação entre este declínio e o crescimento dos movimentos contra as vacinas.
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