O Governo de Washington lembra que, "lançarem-se ao mar nestes navios impróprios, é ilegal e extremamente perigoso", como advertiu no Twitter o Tenente Comandante Mario Gil, ligação da Guarda Costeira da representação diplomática de Washington em Havana.
A mensagem inclui um pedido para utilizar formas legais, seguras e ordenadas de emigrar para os Estados Unidos e evitar ilegalidades nessa tentativa.
Atualmente é impossível realizar procedimentos migratórios na sede da delegação norte-americana em Havana, devido à redução de pessoal em resposta aos "ataques acústicos" alegados por Washington, em 2017.
Como resultado, os cubanos que necessitam de processar qualquer visto ou outro serviço consular, têm de o fazer em países terceiros.
O pequeno vídeo colocado na conta da embaixada da rede social mostra imagens dos barcos precários feitos por cubanos que pretendem tocar o solo americano, correndo o risco de se afogarem ou serem deportados se forem intercetados.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos diz que, desde 01 de outubro de 2020, as suas tripulações intercetaram 87 cubanos (49 no mesmo período um ano antes).
Um dos últimos episódios deste tipo ocorreu em março passado, quando as autoridades bahamianas resgataram um grupo de seis cubanos que tentavam chegar à costa da Florida.
Cuba defende que os Estados Unidos encorajam a migração ilegal suspendendo o processamento e concessão de vistos de imigrantes e não imigrantes no seu consulado em Havana e a transferência destes procedimentos para países terceiros.
A Lei de Ajuste Cubano de 1966 é também um dos fatores que encorajam as partidas ilegais, de acordo com o governo cubano. Este último permite aos seus nacionais solicitar a residência permanente nos Estados Unidos um ano e um dia após a sua estadia nesse país.
A isto acresce o não cumprimento do compromisso norte-americano de garantir a migração legal de Cuba para esse país de um mínimo de 20.000 cubanos por ano, tal como denunciado pelas autoridades da nação das Caraíbas.
Desde o triunfo da revolução em Cuba, em 1959, as costas da Florida têm sido o destino final de muitos cubanos que fogem do seu país.
Em 2017, o então Presidente Barack Obama concordou em normalizar as relações com Cuba, juntamente com o ex-Presidente Raul Castro, e eliminou a política de "pé molhado/pés secos", que começou a ser aplicada em 1995 e permitiu que os praticantes de 'rafting' que conseguiram colocar os pés em solo americano ficassem e até obtivessem residência permanente.
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