Australiano vai ser julgado pelas forças russas como mercenário por Kyiv

Um cidadão australiano será julgado na Ucrânia em território sob ocupação russa por "mercenarismo", acusado de ter combatido pelo exército ucraniano, anunciaram esta sexta-feira as autoridades locais pró-russas.

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Lusa
18/04/2025 17:59 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O homem, de 33 anos, identificado como sendo Oscar Jenkins, originário de Melbourne, combateu pelas forças de Kiev de março a dezembro de 2024, segundo o Ministério Público da região de Lugansk, no este da Ucrânia e ocupada pela Rússia.

 

O australiano está acusado de ter "participado num conflito armando como mercenário" e pode enfrentar até 15 anos de prisão, de acordo com o código penal russo.

A Rússia considera sistematicamente os estrangeiros que combatem pelas tropas ucranianas como mercenários, o que é punível pela lei russa, e não como voluntários.

Um vídeo no qual se pode ver um homem apresentado como sendo Oscar Jenkins circulou nas redes sociais em dezembro, mostrando-o após a sua captura e visivelmente enfraquecido.

A sua captura suscitou preocupação junto do Governo australiano, que apelou à sua libertação.

Vários estrangeiros, sobretudo britânicos, foram julgados ou condenados pelos tribunais nos territórios ucranianos sob ocupação russa nos últimos três anos, desde o início da guerra motivada pela invasão russa da Ucrânia.

Em outubro de 2024, um tribunal russo aplicou uma pena de seis anos e 10 meses de prisão a um cidadão americano septuagenário, Stephen Hubbard, por "mercenarismo" a favor de Kiev.

A Ucrânia, por seu lado, anunciou recentemente a captura de dois cidadãos chineses acusados de combater do lado russo da guerra.

O conflito, que se prolonga desde a invasão de fevereiro de 2022, teve hoje sinais contraditórios da administração norte-americana, que tem tentado mediar um acordo de cessar-fogo, com o vice-presidente americano, J.D. Vance, a mostrar-se otimista em relação a esse desfecho, mas com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a ameaçar abandonar as negociações se não houver progressos em direção à paz.

As declarações dos dirigentes norte-americanos surgem no mesmo dia em que o Kremlin anunciou que dava por encerrada a moratória de ataques a infraestruturas energéticas, revelada em março e minada desde então por acusações mútuas de Kiev e Moscovo de violações ao acordo.

No seguimento de vários dias de fortes bombardeamentos russos na Ucrânia, pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques noturnos contra as cidades de Kharkiv e Sumy, no nordeste do país, segundo as autoridades ucranianas.

Antes do anúncio da trégua limitada às instalações energéticas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, tinha inicialmente proposto um cessar-fogo incondicional e completo, cujo princípio foi aceite por Kiev sob pressão de Washington, mas rejeitado pelo líder russo, Vladimir Putin.

Representantes dos Estados Unidos, da Ucrânia e europeus concordaram em voltar a reunir-se na próxima semana em Londres, após um primeiro encontro que se realizou na quinta-feira em Paris.

Estas rondas diplomáticas acontecem numa fase em que Washington e Kiev se aproximam de um entendimento que concederá aos Estados Unidos acesso a vastos recursos minerais da Ucrânia e que poderá ser assinado já na próxima semana.

Leia Também: Kyiv sanciona três empresas chinesas após acusações de apoio à Rússia

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