Relatos da Protecão Civil e de residentes em vários bairros da cidade indicam que a água em alguns locais chega aos dois metros, com casas nas margens da ribeira de Comoro a serem arrastadas pelas águas.
Fonte da Proteção Civil disse à Lusa que ainda não é possível fazer um balanço da situação e apurar se há ou não vítimas, já que "toda a cidade é uma zona de calamidade".
Parte da Avenida de Portugal, ao longo do mar, onde estão situadas algumas das embaixadas, abateu, com as águas a entrarem nas casas, incluindo na delegação da Lusa.
Vários residentes, incluindo cidadãos portugueses, já tiveram de abandonar as suas casas, apesar de a circulação em Díli estar muito limitada, devido ao largo volume de água que se acumula.
A maré alta, durante a noite, e o largo volume de águas das ribeiras, fez subir o nível em praticamente toda a cidade, com as equipas da Proteção Civil, bombeiros e serviços de emergência do Governo espalhados pela cidade a tentar auxiliar as populações.
Ao longo da madrugada e do início da manhã, residentes em várias zonas da cidade enviaram fotos e vídeos à Lusa que atestam a fúria das águas em alguns locais.
Um número indeterminado de famílias perdeu as suas casas, com várias zonas, incluindo o recinto do palácio presidencial, inundadas.
Há ainda preocupação relativamente a dois locais usados para o isolamento de pacientes de covid-19, nomeadamente o centro de Vera Cruz, em Díli, e a zona de Tasitolu.
Nos últimos dias, os serviços meteorológicos tinham alertado para o risco de chuva forte em várias zonas do país, com destaque para a costa Norte, devido aos efeitos de um sistema de baixa pressão, localizado sobre a parte ocidental da ilha de Timor.
As chuvas fortes já tinham causado problemas em vários municípios do país nos últimos dias, com relatos de casas destruídas e outras infraestruturas afetadas, incluindo estradas e pontes.
Alguns residentes dizem que as chuvas e a situação que se vive hoje em Díli é significativamente mais grave que a que se viveu no passado dia 13 de março de 2020, quando cheias afetaram dezenas de milhares de pessoas na capital.
Residentes mais velhos disseram à Lusa que não se lembram de cheias assim em Díli desde os anos 1970.
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