Enfermeira perdeu avó no hospital onde trabalhava. "Senti-me impotente"
"Foi muito difícil fazer todos os turnos sabendo do estado dela", disse Giovanna Marques.
© REUTERS/Ricardo Moraes
Mundo Covid-19
Uma enfermeira brasileira de 23 anos de idade, que trabalha na linha da frente contra a pandemia do novo coronavírus em São Paulo, indicou à imprensa local que perdeu a sua avó para a doença no hospital onde estava a trabalhar.
Giovanna Marques trabalhava nas unidades de cuidados intensivos (UCI) de dois hospitais de São Paulo, no Brasil, quando a sua avó ficou infetada e teve que ser hospitalizada.
"Foi muito difícil fazer todos os turnos sabendo do estado dela. Cuidamos de toda a gente, mas senti-me muito impotente por não poder cuidar dela", disse, num relato pessoal ao site UOL.
A profissional de saúde sublinhou que avó teve que ser entubada no mesmo dia em que foi internada, tendo acabado por sucumbir ao impacto da doença 14 dias depois.
"É exaustivo ver a população a negar-se a cumprir as medidas de isolamento. Você dá tudo de si e, muitas vezes, até da sua própria saúde pelo outro, que é um risco por necessidade. E você vê as pessoas arriscarem-se por luxos desnecessários", lamentou.
Giovanna diz que entende que "economia e trabalho são coisas importantes", mas alerta que "não vão servir de nada se se estiver entubado numa cama".
A pandemia de Covid-19 já causou a morte a pelo menos 2.847.182 pessoas no mundo, de acordo com a contabilização da agência France-Presse (AFP). No sábado, foram registadas mais 8.985 mortes e 535.740 novas infeções e os países que registaram mais óbitos foram o Brasil (1.987), os Estados Unidos (800) e a Índia (513).
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