Primeiro-ministro pede união de esforços para responder a calamidade
O primeiro-ministro timorense pediu hoje união e coragem e que não haja tentativas de aproveitamentos políticos dos impactos das cheias que assolaram Timor-Leste, causando pelo menos 34 mortos.
© Reuters
Mundo Timor-Leste
"Este é o momento de apelar a parceiros internacionais de Timor-Leste, mas também a toda a comunidade, para que trabalhemos juntos. Ponham de lado as diferenças e pensem nos cidadãos", afirmou Taur Matan Ruak.
"Ninguém, nenhum político ganha vantagem com este desastre natural. Isto atingiu todos e este não é o tempo de competição, mas sim, com humildade e respeito pelo sofrimento do povo, para que trabalhemos em conjunto", considerou, numa cerimónia do início do processo de vacinação da covid-19, onde foi o primeiro a ser vacinado no país.
O primeiro-ministro disse que dedicou a sua vida "a trabalhar em prol do povo" e que o essencial agora é "salvaguardar a vida da população em vez de aproveitar a situação para tentativas de ganhar vantagens políticas".
"Quando se faz isso baixa-se ainda mais a moral da população e Timor não merece isso. Timor é um povo lutador e guerreiro e nos momentos difíceis tem que estar mais unido e mais forte", disse.
Com milhares de pessoas deslocadas -- os números continuam a crescer --, e as análises detalhadas do impacto das cheias ainda a serem preparados, Taur Matan Ruak disse que as estimativas de danos superam os 150 milhões de dólares (126 milhões de euros).
Em declarações à Lusa, na mesma ocasião, o ex-Presidente da República José Ramos-Horta disse que não se lembra de ver este impacto de um desastre natural em Timor-Leste desde 1973, especialmente em Díli, onde a população se multiplicou por 10 desde então.
"Hoje temos aglomerações de casas ao longo das ribeiras, pendurados sobre as ribeiras, nas encostas das montanhas. E isto acontece em muitas cidades do mundo em que há construções ilegais e não há planeamento", frisou.
"As pessoas mudam-se para as cidades, para Díli, e colocam um pequeno teto onde podem viver", disse. E insistiu na necessidade de corrigir esses problemas: "Vai-se ajudar as pessoas a reconstruir nos mesmos sítios", questionou.
Ramos-Horta considerou que o Governo deveria procurar o apoio de agências da ONU para liderarem a resposta humanitária no terreno.
Medidas como tendas de campanha, para o período que for necessário, através do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), por exemplo, ou para o apoio à distribuição alimentar, através do Programa Alimentar Mundial (PAM), referiu.
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