As duas embarcações atracaram nessas ilhas da extremidade oriental do vasto arquipélago indonésio, mas há outros navios-hospital a caminho de mais ilhas da região, onde milhares de pessoas ficaram desalojadas e dezenas continuam desaparecidas.
As chuvas torrenciais que acompanharam, desde o dia 4 de abril, o ciclone Seroja, um dos mais destrutivos dos últimos anos na região, obrigaram milhares de moradores a fugir das suas casas para refúgios montados para os abrigar, onde as autoridades estão a tentar evitar o aparecimento de surtos de covid-19.
O cenário é devastador, com hospitais, pontes e milhares de casas danificados ou destruídos pelo ciclone e, em alguns lugares, as plantações transformaram-se em vastos campos de lama e árvores desenraizadas, além de muitas aldeias continuarem sem eletricidade.
Na ilha Lembata, onde um dos navios de ajuda humanitária chegou hoje com comida, cobertores e equipamentos para os mais de 20.000 desalojados, os prédios que se localizavam na encosta da montanha foram arrastados até perto do mar.
"Os dois navios da marinha chegaram hoje", confirmou o responsável da base naval regional, Kompiang Aribawa, acrescentando que "vai chegar outro mais tarde com soldados que serão enviados para ajudar as pessoas a recuperarem do desastre".
Um avião de carga também partiu hoje de Jacarta em direção à região mais atingida pelas cheias e deslizamentos de terra, onde vai entregar cerca de 100.000 máscaras, 'kits' de testes de covid-19, além de alimentos e cobertores para os sobreviventes, adiantou o diretor da Agência indonésia de Gestão de Desastres.
Pelo menos 140 pessoas foram oficialmente declaradas mortas na Indonésia e 42 no vizinho Timor-Leste.
Mais de 70 pessoas continuam desaparecidas, apesar de a Agência de Gestão de Desastres ter enviados cães de busca para procurar corpos e possíveis sobreviventes no meio das montanhas de destroços depois de as equipes de resgate ter passado os últimos dias a retirar cadáveres cobertos de lama com retroescavadoras.
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