Estado membro da União Europeia (UE), com 5,4 milhões de habitantes, a Eslováquia está a debater-se com uma das taxas de mortalidade associada à covid-19 das mais elevadas do mundo.
O ex-primeiro-ministro eslovaco Igor Matovic foi forçado a renunciar na semana passada no meio de um escândalo sobre a compra apressada de dois milhões de doses da vacina russa, que ainda não recebeu "luz verde" da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
"Os lotes da vacina [Sputnik V] usados em testes pré-clínicos e nos estudos clínicos publicados na revista Lancet não têm as mesmas características e propriedades que os importados para a Eslováquia", referiu o Instituto Nacional de Controle de Medicamentos (SUKL) da Eslováquia, num comunicado.
"Apenas o nome o liga às vacinas Sputnik V usadas em cerca de 40 países em todo o mundo. Com base apenas em testes laboratoriais, não é possível concluir sobre a eficácia e segurança em humanos" do lote enviado para a Eslováquia, acrescentou o instituto, indicando que o fabricante da vacina não respondeu ao repetido pedido de fornecimento de dados sobre a composição das primeiras 200.000 doses importadas.
Em fevereiro passado, a revista Lancet indicou que a vacina Sputnik V tinha 91,6% de eficácia, dissipando dúvidas sobre a confiabilidade do fármaco.
Matovic, que, apesar de se ter demitido do cargo, permanece no Governo como vice-primeiro-ministro, viajou hoje para Moscovo para analisar a questão com as autoridades russas.
"As minhas discussões estarão centradas na vacina, já que há esforços sistemáticos para impedir o uso da Sputnik V na Eslováquia", escreveu Matovic na rede social Facebook.
A vacina russa divide os vários países do antigo Bloco de Leste, antes dependentes de Moscovo, com alguns a considerarem-na "uma dádiva do céu" e outros como uma "ferramenta de propaganda" do Kremlin.
A Eslováquia anunciou hoje 1.576 novas infeções nas últimas 24 horas, acumulando 368.470 casos de contágio de covid-19 desde o início da pandemia.
O novo coronavírus provocou a morte a 10.322 infetados, incluindo já as 79 registadas nas últimas 24 horas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.890.054 mortos no mundo, resultantes de mais de 133 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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