Muçulmanos celebram segundo Ramadão com restrições devido à pandemia

A Indonésia, o país com mais muçulmanos do mundo, inicia hoje as celebrações do Ramadão e muitos países do Médio Oriente começam na terça-feira a assinalar o mês do jejum, pelo segundo ano com restrições devido à pandemia.

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Lusa
12/04/2021 15:38 ‧ 12/04/2021 por Lusa

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Covid-19

 

O Ministério dos Assuntos Religiosos indonésio declarou hoje o início do Ramadão, que durará até 12 de maio, sem o tradicional êxodo de milhares de muçulmanos no final das celebrações, que foi proibido para limitar a propagação do novo coronavírus.

O governo indonésio já tinha cortado de oito para cinco dias as férias por ocasião da Eid al-Fitr, a festa que marca o fim do jejum, e proibiu as viagens no país durante esse período.

As autoridades estabelecerão controlos de tráfego e bloquearão as principais estradas, além de controlarem os portos do país.

O Conselho dos Ulemas da Indonésia, a autoridade máxima em assuntos islâmicos, indicou em março que a tomada da vacina contra a covid-19 não quebra o jejum, mas sugeriu que se realize à noite para evitar eventuais efeitos adversos em corpos debilitados, critério que não foi endossado pelas autoridades de saúde.

Cerca de 88% dos mais de 265 milhões de indonésios são muçulmanos.

No Médio Oriente, o Ramadão também será celebrado com restrições, embora em geral menores do que as registadas em 2020.

Ao contrário do ano passado, as mesquitas estarão abertas para as orações em quase todos os países, embora com limitações, mas voltam a ser proibidas as refeições comunitárias para romper o jejum diurno, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

O recolher obrigatório também é imposto em vários países árabes, limitando as animadas noites do Ramadão, um dos cinco pilares do Islão.

Em alguns países do golfo Pérsico onde a campanha de vacinação contra a covid está mais avançada, como o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, os imunizados terão privilégios na frequência das mesquitas.

No mesmo sentido, na Arábia Saudita, a entrada nos lugares mais sagrados do Islão, Meca e Medina, não estará proibida aos residentes no reino como o ano passado, mas o acesso às suas principais mesquitas só é possível a quem demonstre estar vacinado.

Na maioria dos países, as autoridades permitem este ano que as mesquitas estejam abertas para as cinco orações do dia, além da tradicional Tarawih, "a oração do descanso" após o quebrar do jejum.

No Qatar e em Omã esta última oração mais longa está proibida e os Emirados encerrarão as mesquitas logo depois do Tarawih para que ninguém esteja de noite nas mesquitas, o que era habitual durante o Ramadão.

No Egito, determinou-se este ano que o Tarawih não ultrapasse a meia hora de duração e no Líbano a capacidade dos locais de culto está limitada a 30% durante o Ramadão.

Para evitar grandes aglomerações, outra das tradições do Ramadão com restrições é a do "iftar", a refeição ao pôr-do-sol para quebrar o jejum realizada geralmente de forma comunitária.

Quase todos os países proíbem a instalação de mesas nas vias públicas ou em mesquitas para indivíduos, empresas ou instituições de caridade oferecerem aquela refeição a pessoas sem recursos, indica a EFE.

Leia Também: AO MINUTO: Internamentos a subir; Portugal aproxima-se do 'amarelo'

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