O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, apresentou em conferência de imprensa os grandes investimentos que pensa realizar nos próximos anos com a ajuda europeia, cerca de 140.000 milhões de euros em transferências e créditos até 2026.
O Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência é articulado através de 212 medidas, das quais 110 são investimentos e 102 são reformas.
O projeto inclui "o maior impulso ao investimento público alguma vez feito em Espanha": nos primeiros três anos, no período 2021-2023, serão mobilizados 70.000 milhões de euros, o que terá um "impacto imediato" na economia e no emprego.
O maior dos investimentos em termos de importância, segundo Pedro Sánchez, será centrado na mobilidade elétrica, que absorverá 18,85% dos 70.000 milhões de euros que Espanha espera receber até 2023.
Com esses 13,200 milhões será promovida a eletrificação das vias públicas a pensar nos veículos elétricos, que irão contar com mais pontos de recarga, acrescentou o chefe do Governo.
O segundo grande projeto prevê investir 6,820 milhões de euros na reabilitação e regeneração urbana de 2021 até 2023.
Os investimentos serão aplicados na instalação de painéis solares e várias obras de reabilitação para melhorar a eficiência energética dos edifícios, disse Sánchez, que deu "prioridade máxima" a esta alavanca para a recuperação económica e para a criação de emprego.
A modernização das administrações públicas vai realizar-se com a aplicação de 4.315 milhões de euros, o que inclui a digitalização ou o reforço da avaliação das políticas públicas, bem como a redução da precariedade, tendo o primeiro-ministro considerado que haverá "uma verdadeira revolução" na relação entre os cidadãos e a administração pública.
O plano de digitalização para as pequenas e médias empresas terá 4.060 milhões de euros e a implementação da tecnologia de telecomunicação 5G terá 4.000 milhões e chegará a "todos os cantos do nosso país".
O plano de recuperação espanhol será em seguida enviado para Bruxelas para ser analisado pelas autoridades europeias.
Para ajudar a reparar os danos económicos e sociais causados pela pandemia de coronavírus, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e os dirigentes da UE chegaram a acordo sobre um plano de recuperação geral que irá conduzir à saída da crise e lançar as bases para uma Europa "moderna e mais sustentável".
Trata-se do maior pacote de medidas de estímulo alguma vez financiado pelo orçamento da União Europeia que prevê um total de 1,8 biliões de euros para ajudar a reconstruir a Europa pós-Covid-19, a ser distribuído pelos Estados-membros.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.937.355 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.918 pessoas dos 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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