Nos últimos dias, Atenas e Ancara emitiram sinais de intransigência face ao principal ponto em litígio, a delimitação das zonas económicas exclusivas (ZEE) no Mediterrâneo, onde os dois países pretendem promover prospeções e a exploração de jazidas de gás natural.
A Turquia contesta a pretensão da Grécia em projetar uma zona económica a partir das suas ilhas, como estabelece a lei marítima internacional, e exige que a partilha das ZEE também considere a longitude das zonas conteiras continentais.
Com o objetivo de fornecer uma dimensão internacional à sua reivindicação, a Turquia assinou em dezembro de 2019 com o Governo da Líbia um memorando que fixa o limite entre as ZEE dos dois países numa zona também reclamada pela Grécia, e com Antenas a responder através de um acordo similar com o Egito.
Para além deste conflito crucial, existem ainda divergência relacionadas com o fluxo migratório no mar Egeu.
Atenas acusa Ancara de facilitar a saída de migrantes das suas costas, enquanto as autoridades turcas contestam as "devoluções imediatas" de refugiados por parte da guarda costeira grega, uma ação ilegal de acordo com a lei grega e europeia.
Em 25 de janeiro foram retomados em Istambul os contactos exploratórios promovidos por funcionários dos ministérios dos dois países e que estiveram suspensos cinco anos, com uma segunda ronda realizada em Atenas em 15 de março, mas sem resultados concretos.
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