Negociações sobre nuclear com o Irão continuam e registam progressos

Os países do acordo nuclear com o Irão concordaram hoje, em Viena, intensificar as negociações com os especialistas nos próximos dias para que os Estados Unidos da América voltem ao tratado e todas as partes o cumpram integralmente.

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Lusa
17/04/2021 17:06 ‧ 17/04/2021 por Lusa

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Depois de uma reunião da chamada "comissão conjunta" do acordo JCPOA (sigla em inglês do pacto nuclear de 2015), as delegações do Irão, Alemanha, Reino Unido, França, China e Rússia decidiram que os dois grupos de especialistas -- criados na semana passada -- continuam hoje e nos próximos dias o seu trabalho.

Os Estados Unidos, que abandonaram o tratado em 2018 durante a presidência de Donald Trump e impuseram novas sanções ao Irão, participam indiretamente, por meio de mediadores, nas negociações.

Numa mensagem publicada no Twitter, o coordenador da comissão, Enrique Mora, garantiu que "houve avanços nessa tarefa nada fácil".

"Agora precisamos de um trabalho mais detalhado. É fundamental que estejamos todos comprometidos com o mesmo objetivo: o retorno dos EUA ao JCPOA e a sua plena implementação", disse Mora, que coordena as consultas em nome do oficial de política externa da União Europeu (UE), Josep Borrell.

Por sua vez, o embaixador chinês junto das Organizações Internacionais em Viena, Wang Qun, falou hoje num "trabalho construtivo e produtivo nos últimos dois dias".

"Nos próximos dias, esperamos que a comissão conjunta comece a negociar as fórmulas específicas para suspender as sanções (dos EUA)", disse Wang.

O embaixador russo na ONU em Viena, Mikhail Ulyanov, observou no Twitter que os grupos de especialistas devem continuar na tarde de sábado, domingo e na próxima semana "para não perder tempo e avançar mais nas negociações sobre a restauração do JCPOA".

As negociações estão num momento muito delicado, após o anúncio iraniano de que conseguiu enriquecer urânio a 60% de pureza, nível muito próximo ao necessário (90%) para fazer uma bomba nuclear, exatamente o que o JCPOA queria evitar.

A AIEA, a agência nuclear da ONU, ainda não confirmou a alegação do Irão de que produziu 60% de urânio.

Este passo do Irão, considerado pelos países europeus do acordo como "provocativo e sério", vem após uma alegada sabotagem israelita na instalação nuclear de Natanz (Irã central).

Depois de retirar o seu país do acordo, o ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs novas sanções contra o Irão, que em retaliação não cumpriu a maior parte de suas obrigações.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quer voltar ao pacto, mas antes de suspender as sanções exige que o Irão cumpra todas as obrigações do acordo, que Teerão rejeita.

Leia Também: Nuclear: Irão identifica suspeito de ataque a instalação nuclear no país

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