Na década de 80 e 90, quando as cartas ainda eram uma forma de comunicação entre pessoas que viviam longe uma das outras, o carteiro era considerado um profissional de primeira necessidade.
Nessa altura, era-lhe atribuída uma importância singular, e dado um tratamento cuidadoso por parte daqueles que ansiavam pela sua chegada. Em contrapartida, este era também um profissional que tratava com especial cuidado as pessoas a quem batia à porta, trocando muitas vezes conversa e protagonizando momentos de distração.
Estes hábitos foram-se perdendo e a correria do dia a dia impede muitas vezes que estes momentos se repitam.
A pensar nisso, e em todos os idosos que se encontram sozinhos, em casa, os serviços de Correio franceses decidiram criar o 'Veiller sur mes parents [Cuida dos meus pais]. Por cerca de 24 euros por mês, os franceses podem contratar os serviços de um carteiro para que este passe tempo com os mais idosos.
"Se o cliente permitir, o carteiro entra em sua casa para ter um momento de convívio, de conversa", pode ler-se no site da instituição.
Embora muitos elogiem a iniciativa, que aumentou o número de adesões durante a pandemia, muitos lamentam que um vínculo que chegou a ser natural, agora tenha que ser pago.
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