UE condena destruição de infraestruturas europeias com suspeita 'mão' russa

A União Europeia (UE) condenou hoje "a destruição deliberada de infraestruturas" dos países do bloco comunitário, após novo corte de um cabo submarino, nas águas finlandesas, que Helsínquia suspeita ter envolvimento da Rússia.

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Lusa
26/12/2024 16:46 ‧ há 15 horas por Lusa

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União Europeia

Em comunicado conjunto, a Comissão Europeia e a alta-representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenaram hoje "veementemente a destruição deliberada de infraestruturas da UE".

 

Há a suspeita de que a destruição dos cabos submarinos tenha sido provocada por um navio russo, alegadamente pertencente à "frota fantasma", recentemente alvo de sanções pelos 27 países da UE.

A UE considerou este incidente o mais recente numa "série que se suspeita serem ataques às infraestruturas críticas" do bloco comunitário.

Bruxelas diz estar a apoiar as investigações ao incidente no Mar Báltico e prometeu reforçar os mecanismos de deteção e de comunicação para proteger estas infraestruturas subaquáticas.

A UE assegurou ainda que, "de momento, não há qualquer risco no abastecimento de eletricidade" na região.

A polícia finlandesa declarou hoje suspeitar que o petroleiro Eagle S, proveniente da Rússia e suspeito de integrar "a frota fantasma" russa, esteja envolvido na avaria do cabo elétrico submarino entre a Finlândia e a Estónia.

"Vamos apresentar medidas adicionais, incluindo sanções, contra este navio", acrescentou a chefe da diplomacia da União Europeia, ex-primeira-ministra da Estónia.

 O Presidente finlandês, Alexander Stubb, defendeu hoje na rede social X (antigo Twitter) a necessidade de "eliminar" os "riscos causados" pelos navios da chamada "frota-fantasma" russa.

"Acompanhámos a situação de perto desde ontem [quarta-feira]" com o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, acrescentou o chefe de Estado.

Também o Governo da Estónia anunciou a realização ainda hoje de uma reunião extraordinária.

De acordo com a primeira-ministra do país, Kristen Michal, e "apesar das férias", muitos estão a trabalhar para identificar e avaliar os contornos do incidente.

No dia de Natal, a ligação de corrente contínua EstLink 2 entre a Finlândia e a Estónia foi desligada da rede, anunciou na ocasião o operador finlandês Fingrid, que não afastou a possibilidade de sabotagem e que garantiu na altura que o fornecimento de eletricidade não foi afetado.

O mesmo cabo esteve parado durante grande parte deste ano para reparar os danos provocados por um curto-circuito que pode ter sido causado pelo seu complexo posicionamento.

Sami Rakshit, diretor-geral das alfândegas finlandesas, afirmou em conferência de imprensa que o navio, com pavilhão das Ilhas Cook, transportava "gasolina sem chumbo carregada num porto russo".

A polícia abriu um inquérito por "sabotagem agravada", acrescentou Robin Lardot, do Serviço Nacional de Investigação, sobre o incidente que ocorre pouco mais de um mês após a rutura de dois cabos de telecomunicações em águas territoriais suecas no Mar Báltico.

Ainda na mesma conferência de imprensa, Robin Lardot informou que a polícia finlandesa já tinha abordado o petroleiro Eagle S.

"Já abordámos o navio, falámos com a tripulação e recolhemos provas", declarou Lardot.

O navio encontra-se atualmente ao largo da costa de Porkkala, a cerca de 30 quilómetros de Helsínquia, após a intervenção de um barco-patrulha finlandês.

Segundo o Ocidente, a chamada "frota-fantasma" russa é constituída por navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia.

Nos incidentes ocorridos no mês passado no Mar Báltico, as suspeitas recaíram sobre um navio de pavilhão chinês, o Yi Peng 3, que se encontrava na zona na altura da rutura dos dois cabos de telecomunicações.

Antes, os gasodutos Nord Stream, que outrora transportavam gás natural da Rússia para a Alemanha, foram danificados por explosões submarinas em setembro de 2022.

As autoridades consideraram que se tratou de sabotagem e abriram um inquérito criminal.

[Notícia atualizada às 17h02]

Leia Também: Finlândia admite envolvimento russo em avaria de cabo elétrico submarino

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