Ramaphosa disse que a nomeação de Mcebisi Jonas vai ajudar a África do Sul a reconstruir a sua relação com os Estados Unidos da América (EUA), que se deteriorou rapidamente desde que Donald Trump assumiu o cargo de Presidente desse país.
Trump acusou o Governo sul-africano de maltratar a minoria branca no seu país e criticou a sua política externa como antiamericana. Em fevereiro, assinou um decreto executivo que cortou o financiamento dos EUA à África do Sul devido a essas questões.
Trump continuou as suas críticas numa publicação numa rede social este fim de semana, quando disse que os EUA não queriam participar na cimeira do G20 este ano se esta se realizasse na África do Sul, como previsto. A África do Sul detém a presidência rotativa do grupo G20 de países desenvolvidos e em desenvolvimento e deverá receber os líderes mundiais e os principais diplomatas numa cimeira em Joanesburgo, em novembro.
Nessa publicação, Trump insistiu que a África do Sul está a permitir a apreensão de terras a agricultores brancos "e depois a matá-los e às suas famílias", acusações repetidamente negadas pela África do Sul, que diz serem alegações baseadas em desinformação.
A África do Sul aprovou uma lei de expropriação de terras, que permite que estas sejam tomadas pelo Governo sem indemnização se for do interesse público, criticada por alguns grupos minoritários brancos, embora ainda não tenham sido tomadas terras ao abrigo da nova lei.
A ordem executiva de Trump também criticou a África do Sul por apresentar no Tribunal Internacional de Justiça a acusação contra Israel, aliado dos EUA, de genocídio contra os palestinianos em Gaza.
O embaixador da África do Sul nos Estados Unidos, Ebrahim Rasool, foi expulso em março por causa de uma palestra onde criticou as novas dinâmicas políticas nos EUA, dizendo que Trump estava a lançar "um ataque à incumbência - aqueles que estão no poder" e que o movimento 'Make America Great Again' era em parte resultado de um "instinto supremacista".
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que Rasool era um "político que se aproveita da raça" e que odeia Trump, declarou-o 'persona non grata' e ordenou-lhe que deixasse os EUA.
A África do Sul ainda não nomeou um novo embaixador.
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