A Azerbaijan Airlines (AZAL) suspendeu os voos para sete cidades russas após o acidente com uma das suas aeronaves no Cazaquistão. A transportadora aérea cazaque Qazaq Air também anunciou a suspensão temporária dos voos entre Astana, capital do Cazaquistão, e Ecaterimburgo, na Rússia.
As companhias aéreas alegam preocupações de segurança na sequência do acidente de quarta-feira.
"Tendo em conta os primeiros dados da investigação do acidente com o avião Embraer 190, ocorrido a 25 de dezembro, bem como os potenciais riscos para a segurança dos voos, os voos para Mineralnie Vodi, Sóchi, Volgogrado, Ufa, Samara, Grósnia e Mahackala serão suspensos a partir de 28 de dezembro até à conclusão final do processo", lê-se num comunicado da AZAL.
Os passageiros com bilhetes para os destinos afetados têm direito a um reembolso total ou a uma troca gratuita do bilhete. A companhia aérea continuará a operar voos para Moscovo, São Petersburgo Ecaterimburgo, Astracã, Cazã e Novosibirsk.
Antes, a Qazaq Air também havia anunciado a suspensão da rota Astana-Ecaterimburgo. "A Qazaq Air decidiu suspender os voos na rota Astana-Ecaterimburgo, de 28 de dezembro de 2024 a 27 de janeiro de 2025, dando prioridade à segurança dos passageiros e da tripulação, com base numa avaliação de risco em curso", disse a companhia.
Fontes governamentais do Azerbaijão defenderam, sob condição de anonimato, que a queda do avião foi provocada por um míssil antiaéreo russo, tendo sido atingido por estilhaços de um míssil terra-ar quando se encontrava no espaço aéreo da cidade russa de Grozny, o seu destino.
O Embraer 190, de fabrico brasileiro, fazia a ligação entre Baku, e Grozny, na região russa da Chechénia, e levaria a bordo 67 pessoas.
Poucas horas depois do início do voo, o avião da AZAL solicitou uma aterragem de emergência.
Devido a nevoeiro intenso em Grozny, o avião foi desviado primeiro para Mahackala, no Daguestão russo, e depois para Aktau, onde acabou por se despenhar a cerca de três quilómetros do aeroporto da cidade do Mar Cáspio. O aparelho acabou por embater no solo e incendiou-se.
A Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia afirmou que o avião "colidiu com aves", após o que o comandante decidiu aterrar em Aktau.
A Ucrânia, no entanto, acusou a Rússia de ter abatido o avião da AZAL com um míssil de defesa aérea.
Hoje, as televisões norte-americanas ABC News e CNN avançaram também que os Estados Unidos acreditam haver indícios de que o avião possa ter sido atingido por um sistema antiaéreo russo.
De acordo com as estações de televisão ABC News e a CNN, que citam fontes oficiais norte-americanas não identificadas, existem indícios de que o avião de passageiros pode ter sido abatido por um míssil terra-ar russo a partir de um sistema Pantsir-S1.
O avião sobrevoava uma zona onde a defesa aérea do Kremlin (presidência russa) combateu recentemente drones ucranianos.
[Notícia atualizada às 11h12]
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