Jon Ryan Schaffer, membro do grupo norte-americano de extrema-direita Oath Keepers, será o primeiro dos mais de 400 acusados pela insurreição no Capitólio a declarar-se culpado, noticiou o New York Times na sexta-feira, que escreve que o miliciano de 53 anos de idade aceitou o acordo de culpabilidade prometendo cooperar com o governo.
Este é o primeiro acordo de culpabilidade a ser tornado público no âmbito da megaoperação de investigação das autoridades federais ao motim ocorrido a 6 de janeiro. A revelação do acordo extrajudicial foi, porém, acidental, tendo o processo - em segredo de justiça - sido brevemente colocado online na semana passada, por engano, na base de dados do tribunal.
A publicação sublinha que a colaboração de Jon Ryan Schaffer com as autoridades poderá revelar-se crucial para a intenção dos procuradores em montar uma acusação de conspiração paralela e mais abrangente a outros 12 membros dos Oath Keepers.
Schaffer não fará parte dessa acusação, mas a sua colaboração com os procuradores será tão importante que, na sexta-feira, mostraram-se disponíveis para o colocar no programa de proteção de testemunhas.
Os Oath Keepers, um grupo paramilitar maioritariamente composto por antigos agentes de autoridade e veteranos do exército, foi uma das organizações de extrema-direita com maior presença no motim de 6 de janeiro, em Washington D.C., que culminou com a morte de cinco pessoas, entre as quais um polícia.
Uma outra organização sob intenso escrutínio policial são os Proud Boys, um grupo de extrema-direita que se proclama como "chauvinistas ocidentais" e que se tem envolvido, nos últimos anos, em combates de rua violentos com ativistas antifascistas e membros do movimento Black Lives Matter.
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